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Dilma se compromete a baixar custos trabalhistas para incentivar investimento

Publicado 22.03.2012, 17:25

Brasília, 22 mar (EFE).- A presidente Dilma Rousseff se comprometeu nesta quinta-feira diante de 28 dos maiores empresários do país a oferecer novos incentivos, como a redução dos custos trabalhistas e dos juros sobre os créditos oficiais, para garantir o aumento dos investimentos privados.

O encontro entre a chefe de Estado e os presidentes das maiores empresas do Brasil resultou em um compromisso de ambas partes para aumentar os investimentos e acelerar o crescimento da economia, segundo resumiu o ministro da Fazenda, Guido Mantega, em entrevista coletiva.

De acordo com o ministro, para incentivar as empresas a investir o governo estenderá a vários setores da indústria as diminuições nos custos trabalhistas que foram concedidos a alguns ramos com dificuldades em razão da crise econômica global.

Esse incentivo, que beneficia especialmente às empresas que demandam elevada mão de obra, pode ser estendido inicialmente a dez setores com os quais já é negociada a redução, segundo Mantega.

"Estamos abertos a negociar com qualquer setor industrial que deseje uma redução dos custos. Estamos preparando várias medidas para ampliar os benefícios e reduzir o custo da mão-de-obra sem prejudicar os trabalhadores", afirmou.

"O governo vai criar ainda mais facilidades para reduzir o custo dos investimentos. Vamos reduzir os impostos sobre os investimentos e sobre os custos trabalhistas", declarou o ministro.

Mantega acrescentou que o governo também reduzirá as taxas de juros sobre os créditos solicitados pelas empresas nos bancos estatais para aumentar seus investimentos e qualquer outra barreira que dificulte o investimento.

Na reunião, da qual participaram os presidentes dos maiores bancos do país, o governo também se comprometeu a estudar medidas que permitam diminuir o custo do crédito no Brasil.

O ministro assegurou que, ao contrário de alguns países que enfrentam a crise com medidas restritivas, o Brasil não adotará políticas que possam reduzir o consumo e frear o crescimento econômico.

"O Brasil tem que ser competitivo, mas da nossa maneira e não copiando os instrumentos que outros estão adotando. Não tornaremos o país mais competitivo fazendo os trabalhadores passarem fome. Alcançaremos a competitividade com o trabalhador ganhando mais, ampliando o mercado consumidor, melhorando a demanda e estimulando os investimentos", frisou.

O ministro disse ainda que alguns dos empresários presentes na reunião expuseram projetos de investimento que somam cerca de R$ 35 bilhões. "Percebemos que vários setores estão encorajados a realizar grandes investimentos no Brasil", ressaltou.

O governo considera que o investimento privado tem que aumentar para que o país possa alcançar o crescimento econômico de 4,5% previsto para este ano.

Apesar de ter se consolidado como a sexta maior economia do mundo, o Brasil cresceu no ano passado apenas 2,7%, bem abaixo dos 7,5% de 2010.

Entre os empresários que participaram da reunião com Dilma estava Eike Batista, classificado recentemente pela revista "Forbes" como o segundo homem mais rico da América Latina.

Também estiveram no encontro os principais executivos de grandes multinacionais como Vale, Embraer, AmBev, Marcopolo, Coteminas, Camargo Corrêa, Odebrecht, Andrade Gutierrez e Companhia Siderúrgica Nacional. EFE

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