O dólar abriu em alta nesta sexta-feira, 14, frente o real, em linha com o sinal predominante da moeda americana no exterior, após as perdas na semana com as apostas majoritárias em apenas mais uma alta de juros nos EUA neste mês, após a desaceleração da inflação americana em junho. Porém, a moeda americana perdeu força e passou a cair no mercado à vista em meio a um apetite por risco no exterior, após a divulgação mais cedo de resultados positivos de bancos e empresas americanas nos balanços do segundo trimestre.
Aqui, os investidores digerem também os dados de vendas no varejo em maio, que caíram mais que o esperado pelos economistas do mercado, reforçando expectativas de início de corte da taxa Selic em agosto.
As vendas do comércio varejista caíram 1,00% em maio ante abril, na série com ajuste sazonal, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado foi mais negativo do que a mediana das estimativas colhidas pelo Projeções Broadcast, que apontava recuo de 0,2%. O intervalo de previsões ia de queda de 0,8% a alta de 0,7%. Na comparação com maio de 2022, sem ajuste sazonal, as vendas do varejo tiveram baixa de 1,00% em maio. Nesse confronto, as projeções iam de uma queda de 0,8% a avanço de 4,1%, com mediana positiva de 1,6%. Houve ainda crescimento de 1,30% no ano e alta de 0,80% em 12 meses.
O dólar passou a cair no mercado local com possível ingresso de fluxo comercial. Lá fora, o índice DXY segue em alta, mas o dólar desacelerou ganhos intradia frente a moedas emergentes e passou a cair ante peso chileno.
No radar dos investidores estão ainda possíveis novos estímulos do governo da China à economia local e dados do sentimento do consumidor e expectativas de inflação da Universidade de Michigan (11h).
Os índices futuros ds bolsas americanas passaram a subir em bloco, após os resultados melhores que o esperado no segundo trimestre divulgados mais cedo por JPMorgan (NYSE:JPM), Citi, Wells Fargo (NYSE:WFC), BlackRock (NYSE:BLK), além da empresa do setor de saúde UnitedHealth, controladora da Amil
Os agentes de câmbio observam também uma melhora no cenário local para captações externas, como da Azul (BVMF:AZUL4) de US$ 800 milhões, e ofertas de ações na Bolsa, como de MRV (BVMF:MRVE3) e BRF (BVMF:BRFS3), que costumam atrair demanda de investidores estrangeiros.
Às 10h01 desta sexta, o dólar à vista tinha queda de 0,22%, aos R$ 4,780. O dólar para agosto perdia 0,20%, aos R$ 4,8015.