Por Claudia Violante
SÃO PAULO (Reuters) - Depois de acumular alta de 1,65 por cento nas últimas quatro sessões, o dólar trabalhava em queda ante o real nesta segunda-feira, movimento de correção influenciado pelo cenário externo, mas sem deixar de lado o risco político doméstico.
Às 10:07, o dólar recuava 0,73 por cento, a 3,3146 reais na venda., após fechar perto de 3,34 reais no pregão passado. O dólar futuro tinha baixa de 0,33 por cento.
"Com a agenda mais esvaziada, abre espaço para correção", resumiu um operador de uma corretora nacional.
O presidente Michel Temer é alvo de inquérito autorizado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) pelos crimes de corrupção passiva, obstrução de Justiça e organização criminosa, em investigação que tem como base a delação do executivo da JBS (SA:JBSS3) Joesley Batista.
Na sexta-feira, a Polícia Federal concluiu que não houve edição na gravação da conversa entre Joesley e o presidente. O mercado trabalhava, assim, sob a expectativa pela apresentação de denúncia do procurador-geral da república, Rodrigo Janot, contra Temer, o que deve ocorrer em breve.
"Joga contra Temer o fato de a Polícia Federal ter concluído (em perícia) que a gravação do executivo da J&F não foi editada, o que vai contra a defesa do presidente e alimenta a cautela no Planalto, que já se mobiliza para definir reações a denúncia", escreveu a corretora Correparti em relatório a clientes.
O mercado também acompanhava o comportamento das moedas no exterior, onde tinha baixa firme ante o rand sul-africano e o peso mexicano, entre outras.
O Banco Central brasileiro realiza nesta sessão mais um leilão de até 8,2 mil swaps cambiais tradicionais --equivalentes à venda futura de dólares-- para rolagem dos contratos que vencem julho.