Por Claudia Violante
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar operava em baixa ante o real nesta sexta-feira, ainda reagindo à perspectiva de maior gradualismo na política monetária norte-americana e pelo fato de o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, ter reforçado a mensagem de que diminuiu o espaço para atuação cambial por meio de swaps.
Às 10:47, o dólar recuava 0,11 por cento, a 3,2221 reais na venda, após bater 3,2025 reais na mínima do dia. O dólar futuro caía cerca de 0,05 por cento.
"Foi positiva a fala do Ilan, sinalizou que o BC não vai agir tão forte no câmbio, o que tira pressão altista sobre a moeda (norte-americana)", disse o analista de câmbio da Gradual Investimentos, Marcos Jamelli.
Na noite passada, Ilan reiterou que o espaço para reduzir o estoque de swaps cambiais tem diminuído com a proximidade da normalização das condições monetárias dos Estados Unidos.
Em entrevista à Reuters na semana passada, Ilan já havia dito que o BC enxerga menor espaço para redução do estoque de swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares.
O mercado entendeu que o BC pode não elevar a oferta de swap cambial reverso, equivalente à compra futura de dólares, ajudando no recuo da moeda norte-americana nesta manhã.
Os investidores também agiam sob a expectativa de que o Federal Reserve, o banco central norte-americano, voltará a elevar a taxa de juros do país de forma gradual.
Um aumento de juros mais tarde nos Estados Unidos cria janela de oportunidade aos países emergentes, como o Brasil, que pagam rendimentos maiores.
"O BC (brasileiro) sinaliza que quer cortar os juros. Mas mesmo com uma redução em breve, o retorno no Brasil ainda é muito alto e, por isso, acredito que o dólar siga em baixa por aqui", disse o diretor de uma corretora nacional.
A Selic está em 14,25 por cento há mais de um ano, uma das taxas de juros mais elevadas do mundo.
O BC vendeu nesta manhã toda a oferta diária de até 5 mil contratos de swap cambial reverso.