Dólar fecha em alta após manifestações contra Dilma, mas segue abaixo de R$3,90

Publicado 14.12.2015, 17:18
© Reuters. Notas de real e dólar vistas em casa de câmbio no Rio de Janeiro

Por Bruno Federowski

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar fechou em alta nesta segunda-feira, mas longe das máximas da sessão e abaixo de 3,90 reais, com investidores reagindo negativamente à menor presença popular nas manifestações pelo impeachment contra a presidente Dilma Rousseff.

O dólar avançou 0,32 por cento, a 3,8862 reais na venda, após atingir 3,9250 reais na máxima do dia. A moeda norte-americana reduziu o avanço na parte da tarde diante de entradas de recursos externos, em meio ao baixo volume de negócios antes de eventos importantes no cenário local e externo nesta semana.

"Como o mercado claramente tem visto fatores que aumentem a chance do impeachment como positivos, fatores que diminuam essa chance têm tido efeito negativo", disse o estrategista-chefe do banco Mizuho, Luciano Rostagno.

Milhares de manifestantes foram às ruas no domingo pedindo a saída de Dilma, mas os protestos foram menores do que eventos similares que ocorreram mais cedo neste ano.

Muitos investidores acreditam que eventual afastamento de Dilma poderia ajudar a recuperação da economia brasileira. Outros ressaltam, porém, que a turbulência política pode travar o ajuste fiscal. Alguns defenderam que o avanço do dólar nas últimas sessões foi intensificado por um movimento de correção após o otimismo exagerado em relação ao impeachment, que levou a moeda a ir a 3,7390 reais no fechamento há alguns dias.

A moeda norte-americana chegou a ser fortemente pressionada nesta sessão, mas fluxos de entradas de divisa na parte da tarde trouxeram algum alento para o mercado.

"O mercado está muito raso e o Brasil virou uma pechincha para os estrangeiros", disse o operador de uma corretora nacional.

Operadores evitaram fazer grandes operações antes de quarta-feira, quando o Supremo Tribunal Federal (STF) deve decidir sobre a validade da votação dos membros da comissão especial da Câmara dos Deputados que analisará a abertura do impeachment contra Dilma.

No mesmo dia, o Federal Reserve, banco central norte-americano, deve promover a primeira alta de juros em cerca de década. Operadores ressaltavam, porém, que é provável que o mercado já tenha incorporado essa informação e deve se concentrar nas sinalizações do Fed sobre seus próximos passos.

© Reuters. Notas de real e dólar vistas em casa de câmbio no Rio de Janeiro

"Talvez vejamos um movimento de alta pontual (do dólar), para depois acomodar um pouco. O mercado já está preparado", disse o operador da corretora Spinelli José Carlos Amado.

Juros mais altos nos EUA podem atrair para a maior economia do mundo recursos aplicados no mercado brasileiro.

Pela manhã, o Banco Central deu sequência à rolagem dos swaps cambiais que vencem em janeiro, com oferta de até 11.260 contratos, que equivalem a venda futura de dólares. Até agora, a autoridade monetária já rolou o equivalente a 5,473 bilhões de dólares, ou cerca de 51 por cento do lote total, que corresponde a 10,694 bilhões de dólares.

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