Por Flavia Bohone
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar encerrou em queda pela quarta sessão seguida nesta quinta-feira, acompanhando o cenário externo e refletindo o otimismo com o cenário político local mais tranquilo, enquanto espera a divulgação dos números sobre o mercado de trabalho nos Estados Unidos, que saem na sexta-feira.
A moeda norte-americana recuou 1,36 por cento, a 3,1292 reais na venda, e fechou a semana mais curta com queda acumulada de 3,43 por cento. Segundo dados da BM&FBovespa, o giro financeiro ficou em torno de 1,9 bilhão de dólares.
"É uma combinação de fatores, de menor pressão externa e acomodação das preocupações políticas no Brasil", disse o economista da Tendências Consultoria Silvio Campos Neto.
Apesar da tranquilidade vista nesta sessão, as próximas semanas ainda tendem a mostrar volatilidade, com a moeda norte-americana sensível a notícias pontuais sobre desdobramentos políticos no Brasil e indicadores econômicos nos Estados Unidos, que possam sinalizar quando será elevada a taxa de juros norte-americana.
"No Brasil, tem um início de percepção que talvez o pior esteja para trás, mas os dados ainda estão ruins, com inflação alta e dados fiscais e externos ainda sem mostrar virada", disse o consultor da InvestPort Dany Rappaport, acrescentando, no entanto, que conforme os avanços no ajuste fiscal começam a acontecer, a visão negativa começa a diminuir no Brasil.
Nesta sessão, o dólar também caía no mercado externo, com recuo de cerca de 0,7 por cento em relação a uma cesta de moedas.
No cenário externo, o número de pedidos de auxílio-desemprego nos EUA caiu inesperadamente na semana passada, sugerindo que o mercado de trabalho continua a expandir mesmo com o crescimento econômico enfraquecido. Logo após a divulgação dos dados, o dólar chegou a subir ante o real, mas voltou a perder força.
Na sexta-feira, apesar do feriado de Páscoa, o governo norte-americano divulga o dado de criação de vagas fora do setor agrícola, números acompanhados de perto pelo mercado como sinalizadores de eventual mudança na condução da política monetária do país.
Nesta manhã, o Banco Central vendeu a oferta integral de até 10,6 mil swaps para rolagem dos contratos que vencem em 4 de maio, equivalentes a 10,115 bilhões de dólares. Até o momento, a autoridade monetária já rolou cerca de 10 por cento do lote total.