Buenos Aires, 15 mai (EFE).- O dólar freou sua tendência de alta no mercado informal da Argentina e nesta quarta-feira foi cotado abaixo dos 9 pesos, uma queda causada pelas pressões exercidas pelo governo e pelo projeto de lei de anistia fiscal.
Segundo meios de comunicação locais, a moeda americana foi comercializada hoje nos circuitos informais 21 centavos abaixo da cotação de terça-feira, a 8,99 pesos por dólar.
A divisa americana perdeu no mercado informal mais de 15% de seu valor desde que o governo reforçou os controles contra os operadores do câmbio paralelo.
No mercado oficial, o dólar se desvalorizou um centavo e estava cotado a 5,19 pesos para a compra e 5,24 pesos para a venda.
Deste modo, a diferença entre o valor do dólar nos bancos e casas de câmbio e o preço no chamado "mercado negro" se reduziu para 71,4%.
A maioria dos economistas acredita que o retrocesso da moeda americana no mercado informal é temporário e prevê que continuará com a tendência de alta.
O economista-chefe da empresa de consultoria Economía & Regiones, Diego Giacomini declarou que a desvalorização da moeda americana no circuito informal se deve à expectativa de um ingresso de dólares às reservas do Banco Central argentino graças ao projeto de anistia fiscal apresentado pelo governo e ao aumento do controle sobre os operadores.
"Se a política monetária não tem uma mudança profunda, a tendência é de alta", acrescentou o economista, que considerou que se o governo não corrigir o rumo, o dólar poderia chegar a superar os 11 ou 12 pesos ainda este ano.
A presidente argentina, Cristina Kirchner, descartou no último dia 6 de maio uma desvalorização oficial do câmbio, como reivindicam amplos setores da oposição.
Um dia depois, a equipe econômica do governo anunciou o lançamento de dois tipos de bônus orientados a captar os dólares não declarados, tanto no país como no exterior, e destiná-los ao investimento em setores estratégicos, como o da construção, o imobiliário e o energético.
Desde o final de 2011, a Argentina introduziu gradualmente restrições no mercado cambial formal, o que fez ressurgir os circuitos informais de câmbio. EFE