Por Claudia Violante
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar operava em queda ante o real nesta segunda-feira, acompanhando o recuo da moeda ante divisas emergentes no exterior em dia de feriado bancário nos Estados Unidos e expectativa pela votação da PEC do teto dos gastos em primeiro turno na Câmara.
Às 10:13, o dólar recuava 0,26 por cento, a 3,2083 reais na venda. Na mínima, a moeda marcou 3,2032 reais e, na máxima, 3,2220 reais. O dólar futuro cedia cerca de 0,3 por cento esta manhã.
"O mais importante desta segunda-feira é a votação da PEC. Se passar, deve fortalecer o real. Mas quando o dólar cede muito, devedores compram moeda e nada impede que o dólar também suba. Por causa do feriado, devemos ficar sujeitos a volatilidade", disse o gerente de câmbio da corretora Fair, Mario Battistel.
Nos Estados Unidos, é feriado do Dia de Colombo e o mercado de Treasuries não funciona por lá, da mesma forma que os bancos também ficam fechados.
Com menor volume, qualquer negócio é amplificado no mercado doméstico e isso pode exacerbar a tendência tanto para cima quanto para baixo.
Os investidores estão de olho na votação em primeiro turno no plenário da Câmara da PEC do teto dos gastos, esperada para esta segunda-feira. O governo vem fazendo corpo-a-corpo para garantir a aprovação.
Depois de um jantar no domingo para atrair parlamentares a Brasília nesta semana de feriado do Dia de Nossa Senhora Aparecida, na quarta-feira, e garantir quórum para a sessão desta segunda, nesta manhã o presidente Michel Temer deu entrevista enfatizando a necessidade de aprovação do texto.
Temer disse que o governo não tem plano B pois trabalha com a perspectiva da aprovação do texto, já que a PEC é fundamental para o país. Mas indicou que haverá aumento de impostos se a medida fracassar no Congresso.
No exterior, o dólar cai ante algumas divisas emergentes, como o peso mexicano e ante dólar canadense, com a percepção de que a democrata Hillary Clinton saiu-se melhor no segundo debate com o candidato republicano à Presidência dos Estados Unidos Donald Trump.
O Banco Central vendeu nesta segunda-feira todo o lote de 5 mil contratos de swap cambial reverso --equivalente à compra futura de dólares.
(Por Claudia Violante)