Dólar recua e deixa real com melhor desempenho global apesar de aversão a risco pós-Fed

Publicado 27.01.2022, 09:10
© Reuters. Notas de 100 dólares
28/08/2018
REUTERS/Marcos Brindicci
USD/ZAR
-
USD/MXN
-
USD/BRL
-
DX
-
CLP/USD
-
IBOV
-
B3SA3
-
WDOc1
-

Por Luana Maria Benedito

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar tinha forte queda nesta quinta-feira, com o real contrariando tendência internacional de aversão a risco --desencadeada na véspera após sinalização mais dura do banco central dos Estados Unidos, o Federal Reserve-- e apresentando o melhor desempenho global no dia em meio a expectativas de juros mais altos no Brasil.

Às 10:22 (de Brasília), o dólar à vista recuava 0,92%, a 5,3888 reais na venda, após chegar a tocar os 5,3767 reais na mínima do dia (-1,14%). Caso mantenha esse comportamento até o fim dos negócios, o dólar registrará seu menor patamar para encerramento desde 1° de outubro passado (5,3696).

O real tinha a melhor performance contra o dólar entre uma cesta de mais de 30 principais pares globais da divisa norte-americana nesta quinta-feira.

Na B3 (SA:B3SA3), às 10:22 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,87%, a 5,3915 reais.

No exterior, o índice do dólar contra uma cesta de seis pares fortes ia na direção oposta, ganhando 0,6% nesta manhã, em meio a apostas crescentes de que o Fed elevará os juros mais vezes do que o esperado ao longo de 2022.

Após a conclusão da reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês, responsável pela definição da política monetária), o chair do Fed, Jerome Powell, disse que o banco central provavelmente aumentará os custos dos empréstimos em março e reafirmou planos de encerrar suas compras de títulos no mesmo mês.

Juros mais altos nos EUA são, no geral, vistos como benéficos para o dólar e prejudiciais para moedas de países emergentes, mas algumas moedas além do real --como rand sul-africano, peso mexicano e peso chileno--também desafiavam essa tendência nesta quinta-feira.

Thomas Giuberti, economista e sócio da Golden Investimentos, disse à Reuters que a explicação para o descolamento do real em relação à onda de aversão a risco nesta manhã é o atual ciclo de altas de juros pelo Banco Central do Brasil.

Com a taxa Selic --atualmente em 9,25% ao ano-- a caminho de superar os dois dígitos, é "muito caro" ficar comprado em dólar, disse o especialista, uma vez que o carrego (retorno por diferencial de taxa de juros) oferecido pelo real é alto.

"Com o dólar perto de 5,75 reais e nesse juro, tinha mesmo que ajustar", disse Giuberti, referindo-se às perdas acumuladas pela moeda norte-americana desde o início do ano, agora de mais de 3%.

Ele afirmou ainda que um retorno dos investidores estrangeiros à bolsa brasileira --com o Ibovespa acumulando alta de mais de 6% até agora no ano-- é fator de apoio para o real.

© Reuters. Notas de 100 dólares
28/08/2018
REUTERS/Marcos Brindicci

Para 2022 como um todo, o economista disse que "pode ser um ano tranquilo" apesar das eleições presidenciais de outubro, uma vez que o "mercado antecipou muito estresse para o ano passado". Segundo ele, o fato de o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ter acenado recentemente a partidos de centro já ajuda a afastar temores de investidores.

A moeda norte-americana spot fechou a última sessão com variação positiva de 0,06%, a 5,4387 reais na venda.

Nesta sessão, o Banco Central fará leilão de até 15 mil contratos de swap cambial tradicional para rolagem do vencimento de 1° de abril de 2022.

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2025 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.