Por Claudia Violante
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar reduziu a alta ante o real nesta quarta-feira durante a entrevista coletiva do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, com investidores um pouco mais aliviados porque suas considerações iniciais não chegaram a surpreender.
Às 15:07, o dólar avançava 0,04 por cento, a 3,1999 reais na venda, depois de bater mais de 1 por cento de alta e ir 3,2308 reais na máxima do dia. O dólar futuro tinha leve alta de cerca de 0,10 por cento.
"O mercado tinha expectativa, mas não sabia de fato o que ele ia falar e, na dúvida, comprou. Mas neste início de entrevista, nada justificava manter a posição", comentou um profissional da mesa de câmbio de uma corretora nacional.
Por enquanto, Trump disse que agências de inteligência dos EUA podem ter vazado um dossiê com o que ele chamou de "notícias falsas" sobre como a Rússia tentou influenciar suas ações, e afirmou que as alegações são mentirosas. Também criticou o programa de saúde do presidente Barack Obama, conhecido como Obamacare.
De modo geral, os agentes econômicos temem que Trump, que assume o comando da maior economia do mundo no próximo dia 20, adote uma política econômica inflacionária e que obrigue o Federal Reserve, banco central norte-americano, a elevar ainda mais os juros nos Estados Unidos. Nesse cenário, haveria atração de recursos aplicados atualmente em outros países, como o Brasil, gerando pressão no dólar.
No exterior, o dólar subia ante uma cesta de moedas, apesar com altas menores após as primeiras falas de Trump, e ante divisas de países emergentes, como os pesos mexicano e chileno e o rand sul-africano.
O Banco Central continuava ser atuar no mercado de câmbio desde o dia 13 de dezembro.