Dólar reduz perdas, mas ainda fecha em baixa ante o real após alívio com Trump

Publicado 23.04.2025, 17:10
Atualizado 23.04.2025, 17:50
© Reuters. Notas de dólarn12/02/2018. REUTERS/Jose Luis Gonzalez

Por Fabricio de Castro

SÃO PAULO (Reuters) - Comentários mais amenos do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em relação ao comando do Federal Reserve dispararam a busca por ativos de maior risco ao redor do mundo, fazendo o dólar fechar em baixa ante o real nesta quarta-feira.

Ainda que o movimento tenha desacelerado durante a tarde, o dólar à vista fechou em leve baixa de 0,17%, aos R$5,7177 -- menor cotação desde 4 de abril, quando encerrou em R$5,6651. Em abril, no entanto, a divisa ainda acumula elevação de 0,19%.

Às 17h04 na B3 (BVMF:B3SA3) o dólar para maio -- atualmente o mais líquido no Brasil – cedia 0,05%, aos R$5,7245.

Na noite de terça-feira Trump afirmou que não tem planos de demitir o chair do Fed, Jerome Powell, mas disse querer taxas de juros mais baixas nos EUA.

"Não tenho intenção de demiti-lo", disse Trump a repórteres no Salão Oval. "Gostaria que ele fosse um pouco mais ativo em termos de sua ideia de reduzir as taxas de juros", acrescentou.

A fala trouxe alívio aos mercados nesta quarta-feira, que haviam reagido de forma negativa a comentários anteriores de Trump, ameaçando demitir Powell.

O otimismo cresceu quando uma fonte disse à Reuters que a Casa Branca analisa a possibilidade de reduzir as tarifas sobre as importações chinesas enquanto aguarda as negociações com Pequim.

“Vimos uma menor aversão ao risco, com as falas de Trump um pouco mais positivas. Este mercado um pouco menos avesso ao risco também beneficia o câmbio”, comentou durante a tarde Nicolas Gomes, especialista em câmbio da Manchester Investimentos.

Às 10h47, o dólar à vista atingiu a cotação mínima do dia de R$5,6563 (-1,24%).

A baixa do dólar começou a desacelerar em sintonia com a recuperação dos rendimentos dos Treasuries no exterior, após a divulgação de novos números sobre a economia norte-americana.

O Índice dos Gerentes de Compras (PMI) Composto, que acompanha os setores industrial e de serviços, caiu para 51,2 neste mês, nível mais baixo desde dezembro de 2023 e após leitura de 53,5 em março. Uma leitura acima de 50 indica expansão no setor privado. O PMI preliminar de manufatura subiu para 50,7, de 50,2 em março, enquanto o PMI preliminar de serviços recuou para 51,4, de 54,4 no mês passado.

“Tivemos um PMI industrial acima do esperado, o que mexeu na curva de juros dos EUA”, pontuou Gomes, ao justificar a recuperação do dólar ante o real. Às 16h38, o dólar à vista chegou a oscilar em alta, cotado na máxima de R$5,7296 (+0,04%).

Ainda assim, a moeda norte-americana voltou para o território negativo e encerrou o dia em leve baixa ante o real, em um dia de modo geral positivo para os ativos brasileiros, com avanço firme do Ibovespa e queda das taxas dos DIs (Depósitos Interfinanceiros).

No exterior, o dólar tinha sinais mistos ante as moedas de emergentes no fim da tarde, mas sustentava ganhos ante divisas de proteção como o iene, o euro e a libra, em um claro sinal de que as declarações mais recentes de Trump sobre Powell foram bem recebidas.

Às 17h22 o índice do dólar -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas fortes -- subia 0,35%, a 99,914.

No Brasil, pela manhã o Banco Central vendeu toda a oferta de 10.346 contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 2 de maio de 2025.

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