Dólar segue exterior, cai 1% e volta à casa de R$3,35

Publicado 21.11.2016, 19:54
© Reuters. Um pacote de notas de cinco dólares dos Estados Unidos é inspecionado em Washington, nos Estados Unidos
USD/BRL
-

Por Claudia Violante

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar fechou em baixa de 1 por cento nesta segunda-feira, quarto pregão consecutivo de perdas e voltando ao patamar de 3,35 reais, acompanhando o movimento da moeda norte-americana sobre outras divisas no exterior, mas com os investidores atentos aos desdobramentos políticos brasileiros.

O movimento de queda aconteceu mesmo após o Banco Central ter reduzido sua atuação no mercado de câmbio.

O dólar recuou 1,03 por cento, a 3,3520 reais na venda, acumulando desvalorização de 2,58 por cento desde o dia 16 passado. Na mínima do dia, a moeda norte-americana bateu em 3,3407 reais.

O dólar futuro cedia cerca de 1 por cento neste final de tarde.

"O exterior acalmou e, internamente, o BC atuou como manda o figurino. Deu cobertura quando precisou e isso deu uma tranquilizada aos agentes", comentou o assessor de câmbio da corretora Albatroz, João Medeiros.

O momento de alívio veio depois da forte onda de aversão ao risco que levou o dólar às máximas em anos, causada pela surpreendente vitória de Donald Trump na eleição presidencial nos Estados Unidos, que alimentou o temor entre os investidores de que a política econômica norte-americana pode se tornar inflacionária e pressionar o Federal Reserve, banco central do país, a elevar ainda mais os juros.

Lá fora, o dólar caía ante o rand sul-africano e os pesos chileno e mexicano. Ajudou ainda a forte alta nos preços do petróleo no mercado internacional.

"Mesmo com o BC, o dia começou mais calmo com o exterior", comentou pela manhã o diretor de câmbio da corretora Multi-Money, Durval Correa. "Mas a autoridade pode voltar a atuar mais firmemente a partir do momento que tiver pressão compradora mais forte e até para conter a inflação", completou.

Pesquisa Focus do BC, que ouve uma centena de economistas toda semana, mostrou maior previsão para o dólar no fim de 2016, a 3,30 reais, ante 3,22 reais, após a vitória de Trump.

Na semana passada, o BC intensificou sua atuação no mercado de câmbio devido ao salto do dólar frente ao real, ao mesmo tempo em que o Tesouro também agiu no mercado de títulos públicos. As ações trouxeram mais equilíbrio aos mercados financeiros, com a moeda norte-americana fechando a última semana com queda acumulada de 0,16 por cento, depois de ir acima de 3,50 reais no intradia.

Diante do cenário de menor pressão, o BC brasileiro indicou que fará menos intervenções ao anunciar na noite de sexta-feira apenas a rolagem dos contratos de swaps cambiais tradicionais que vencem no início de dezembro, e que não colocaria novos swaps no mercado.

Nesta sessão, o BC vendeu integralmente 20 mil contratos de swaps cambiais tradicionais --equivalentes à venda futura de dólares-- para rolagem.

"Não acho improvável o dólar voltar a acelerar ante o real, mas de modo mais suave. Não deve acontecer novamente o efeito manada que se seguiu às eleições nos EUA", comentou Correa. "O mercado já vem se acomodando", emendou.

No dia da eleição nos EUA, mas ainda sem o resultado, o dólar fechou no patamar de 3,16 reais.

© Reuters. Um pacote de notas de cinco dólares dos Estados Unidos é inspecionado em Washington, nos Estados Unidos

Nesta segunda-feira, o presidente do BC, Ilan Goldfajn, afirmou que a autoridade monetária seguia monitorando o mercado para garantir liquidez. Segundo ele, as reservas cambiais são um seguro que contribui para a redução do risco-país.

O que pode influenciar os preços do dólar é o novo revés político do governo do presidente Michel Temer, com a saída do então ministro da Cultura Marcelo Calero, que acusou o ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, de pressioná-lo para liberar um empreendimento embargado em Salvador.

Na cena política e econômica, também pesavam sobre os investidores a atual situação financeira dos Estados e novas prisões de político influentes. O temor é que esse cenário possa atrapalhar a votação de medidas importantes para o governo no Congresso Nacional.

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2025 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.