Por Claudia Violante
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar subia e já operava acima de 3,90 reais nesta segunda-feira, de olho no mercado internacional em meio às preocupações com a guerra comercial entre Estados Unidos e China e com o enfraquecimento econômico global.
Às 11:52, o dólar avançava 0,68 por cento, a 3,9166 reais na venda, depois de terminar a sessão anterior em alta de 0,39 por cento, a 3,8902 reais.
Na máxima, o dólar foi a 3,9266 reais e, na mínima, a 3,8917 reais. O dólar futuro tinha alta de 0,2 por cento.
"Dado que não temos muito o que esperar no curto prazo (no mercado local), estamos ligados ao externo. E não acredito que o investidor esteja colocando muito prêmio", disse o operador de câmbio da corretora H.Commcor Cleber Alessie Machado ao destacar que pontos importantes, como a reforma da Previdência, só devem ocorrer no próximo ano.
"O único fato mais relevante e capaz de garantir um eventual rali até o fim do ano seria um Federal Reserve sendo ainda mais claro em sua leitura de desaceleração do ritmo de aperto monetário atual", acrescentou ao citar o encontro de política monetária do banco central dos Estados Unidos nos dias 18 e 19 de dezembro.
Após discursos recentes de autoridades da instituição sobre proximidade da taxa de juros neutra, há expectativa de que o Fed sinalize o fim do ciclo de aperto monetário.
Os investidores estão cautelosos com a guerra comercial entre Estados Unidos e China, que ganhou um adicional com a prisão de executiva da empresa chinesa Huawei, o que levanta preocupações de que a trégua acertada entre os presidentes das duas nações no G20 não sirva para se chegar de fato a um acordo.
Há ainda a preocupação sobre a desaceleração econômica mundial, sobretudo depois que a China mostrou exportações e importações crescendo muito menos do que se esperava em novembro, já refletindo o desaquecimento gerado pela briga comercial e que tem o agravante de que o país registrou maior superávit com os Estados Unidos no mês passado.
O dólar operava em alta ante a cesta de moedas e ante outras divisas de países emergentes, como o rand sul-africano.
Internamente, o foco se voltava para as denúncias envolvendo Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador eleito e filho do presidente eleito Jair Bolsonaro, Flávio Bolsonaro, que podem impactar o futuro governo.
O Banco Central vendeu nesta sessão 13,83 mil contratos de swap cambial tradicional, equivalente à venda futura de dólares. Desta forma, rolou 4,149 bilhões de dólares do total de 10,373 bilhões de dólares que vence em janeiro.
Se mantiver essa oferta diária e vendê-la até o final do mês, terá feito a rolagem integral.