Por Claudia Violante
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar operava com leves oscilações ante o real nesta terça-feira, com os investidores ainda à espera da divulgação das novas e maiores metas fiscais do Brasil, em meio a intensas discussões dentro do governo.
Às 11:07, o dólar recuava 0,02 por cento, a 3,2013 reais na venda, depois de oscilar entre a mínima de 3,1886 reais e a máxima de 3,2067 reais. Na véspera, a moeda subiu a 3,2020 reais. O dólar futuro tinha alta de cerca de 0,20 por cento.
"As discussões prosseguem, com a ala econômica tentando encontrar formas de evitar um déficit maior, que poderia por em xeque a perspectiva de que o Brasil vai um dia voltar a fazer superávits primários e estabilizar a relação dívida/PIB", comentou a SulAmérica Investimentos em relatório.
Após encontro nesta manhã com o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, e com líderes partidários para apresentar a situação fiscal, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, negou que a nova meta será de 159 bilhões de reais, como foi aventado nos últimos dias, e também negou a necessidade de um déficit de 165 bilhões de reais ou 170 bilhões de reais. Segundo o ministro, a meta deverá estar definida até quarta-feira.
"A arrecadação será menor em cerca de 20 bilhões de reais só com inflação menor", citou o ministro para justificar a revisão da meta fiscal. Ele também descartou aumento de impostos ao afirmar que "a sociedade brasileira já concluiu que paga impostos na medida suficiente".
Os investidores também monitoravam o comportamento do dólar no exterior, onde subia ante uma cesta de moedas após a maior alta do varejo em sete meses em julho e também ante divisas de países emergentes, como o peso mexicano e a lira turca.
O alívio das tensões em torno da Coreia do Norte que levaram os capitais a buscar segurança no Japão e na Suíça na semana passada, também favorecia a valorização do dólar no exterior.