Por Fabricio de Castro
SÃO PAULO (Reuters) - Após chegar a oscilar na faixa dos 5,86 reais no início do dia, o dólar à vista praticamente zerou os ganhos ante o real na tarde desta segunda-feira, em meio ao enfraquecimento da moeda norte-americana ante outras divisas de emergentes no exterior e a dados de serviços acima do esperado nos EUA.
Às 14h29, o dólar à vista subia apenas 0,16%, aos 5,7201 reais, enquanto a moeda norte-americana para setembro -- a mais líquida no mercado brasileiro -- tinha alta de 0,05%, aos 5,7480 reais, após ter chegado a oscilar no território negativo.
No início do dia, o sell-off (liquidação) nos mercados globais colocou os índices de ações em forte baixa e o dólar em alta firme ante as divisas de emergentes, como o real, o peso mexicano e o peso chileno.
Entre os fatores citados para o movimento estavam o receio de uma recessão nos EUA após dados fracos de emprego na sexta-feira; a continuidade da liquidação de operações de carry-trade com o iene pós o Banco do Japão subir juros na semana passada; os receios de que haja uma escalada no conflito envolvendo Israel no Oriente Médio e a decepção com balanços de companhias nos EUA, com a Berkshire Hathaway (NYSE:BRKa) do empresário Warren Buffett reduzindo metade de sua participação na Apple (NASDAQ:AAPL).
"Houve um sell-off bruto, com o (mercado de ações do) Japão mergulhando e os EUA também. Mas no intraday foi melhorando", comentou o gerente da mesa de Derivativos Financeiros da Commcor DTVM, Cleber Alessie Machado, pontuando que os ganhos do dólar ante o real, o peso mexicano e o peso chileno também diminuíram.
"O ISM norte-americano contribuiu para isso, diluindo o receio de que haverá um pouso forçado da economia dos EUA e, por isso, o Fed poderia até chamar uma reunião extraordinária para cortar juros, como chegou a circular", acrescentou.
O Instituto de Gestão de Fornecimento (ISM) informou que seu índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) do setor não manufatureiro aumentou para 51,4 no mês passado, de 48,8 em junho, que foi o nível mais baixo desde maio de 2020. Economistas consultados pela Reuters previam que o PMI de serviços subiria para 51,0.