Investing.com – A inflação oficial brasileira medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) atingiu 0,56% em outubro, acima da taxa de setembro, quando havia subido 0,44%, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O dado veio levemente acima das projeções de mercado, que indicavam uma variação positiva em 0,53%.
Conforme o instituto, a inflação acumula um aumento de 3,88% em 2024 e, no acumulado em doze meses, passou de 4,42% para 4,76%. A meta inflacionária brasileira é de 3%, com limite de um ponto percentual e meio.
Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, somente o de transportes registrou queda, com 0,38%. Todos os outros apresentaram variações mensais positivas.
Conforme antecipado por economistas consultados pelo Investing.com Brasil, a maior influência foi nos grupos de habitação, com alta de 1,49%, puxado pela energia elétrica, com a bandeira tarifária vermelha patamar 2, além de alimentação e bebidas, grupo que registrou avanço de 1,06%.
A alimentação no domicílio pressionou, com destaque para alta das carnes, principalmente acém, costela e contrafilé. Além disso, tomate e café também ajudaram a elevar o índice.
Por outro lado, as passagens aéreas recuaram 11,50%, levando o grupo de transportes para o patamar negativo.
“De maneira geral o número tirou da frente um possível explosão não antecipada (nesse indicador) pelos indicadores de carne, um repasse elevado mas menor que esperava em refeição e uma pequena aceleração em automóveis”, avalia Carlos Thadeu, economista de inflação e commodities da BGC Liquidez.
Qualitativamente, os números demonstram piora nas leituras mais recentes, na opinião de Igor Cadilhac, economista do Picpay. “Muitas das medidas subjacentes têm se estabilizado em níveis acima da meta”, argumenta.
Para novembro, Leonardo Costa, economista do ASA, espera uma inflação próxima de 0%, que seria “efeito da deflação da energia elétrica, com núcleos ainda em patamar elevado”.