Pequim, 9 set (EFE).- A economia brasileira caiu da 56ª para a
58ª posição no ranking do Índice de Competitividade Global (IGC)
2010-2011, publicado hoje em Pequim pelo Fórum Econômico Mundial
(FEM).
O Índice de Competitividade Global (IGC) 2010-2011 mede 12
fatores em uma escala de 0 a 7 pontos, que incluem, entre outros
fatores, infraestrutura, ambiente de negócios, eficiência do mercado
de trabalho, desenvolvimento do mercado financeiro, saúde e educação
primária, pesquisa e desenvolvimento e tamanho absoluto do mercado.
O relatório indica, por outro lado, que o índice do Brasil
aumentou razoavelmente em termos absolutos, do nível 4,26 em 2009
para 4,28 neste ano, destacando a estabilidade do país.
Apesar disso, o IGC enfatiza a necessidade de melhora do Brasil
em diversos quesitos para impulsionar a competitividade nacional,
entre eles a infraestrutura.
O documento se mostra crítico com o Brasil, que perde duas
posições em relação ao ano passado - embora tenha aumentado
levemente em termos absolutos, de 4,26 para 4,28 - após chegar à 16ª
colocação no triênio anterior.
"O retrato de competitividade do Brasil permanece difuso, com
importantes forças acompanhadas por preocupantes fraquezas que devem
ser abordadas para explorar seu enorme potencial", expõe o IGC.
Segundo o documento, o tamanho do mercado e o dinamismo do setor
empresarial brasileiro contrastam com as baixas taxas de poupança,
as altas taxas de juros e a rigidez dos mercados trabalhistas e de
bens.
A competição interna entre os países do Bric (economias
emergentes: Brasil, Rússia, Índia e China) situa o Brasil à frente
apenas da Rússia (63ª posição), mas atrás de China (27ª) e Índia
(51ª), que subiu duas colocações.
A economia chinesa, no entanto, está 14 posições atrás da de
Taiwan - território que permanece sob soberania de Pequim - em razão
da melhora da qualidade da estrutura institucional desta.
A Suíça, por sua vez, se manteve na liderança do ranking global,
com 5,63 pontos. Na sequência, está Suécia (5,56), Cingapura (5,48),
Estados Unidos (5,43) e Alemanha (5,39).
Dentre os países da América Latina e do Caribe, o Chile lidera a
competitividade na região, estabelecendo-se em 30º lugar em nível
mundial.
O FEM ressaltou o processo de liberalização chileno, "muito
fundamentado" e baseado nos quesitos políticas macroeconômicas (26ª
posição mundial) e transparência das instituições (28ª).
"Estes atributos não só instigaram o crescimento nos últimos 20
anos, mas também abasteceram o país com as fontes necessárias para
estimular a economia nos recentes tempos de crise e para dirigir os
desafios da reconstrução do trágico terremoto de 2009", avaliou o
organismo.
Ainda na América Latina e Caribe, o Uruguai está em 64º lugar, à
frente do México (66º), que retrocede seis postos, o que, a
julgamento do FEM, "demonstra claramente a necessidade de melhoras
contínuas com o objetivo de não perder terreno competitivo", após o
impacto da recessão econômica.
A Colômbia se situa em 68º lugar, afetada pela insegurança e pela
necessidade de melhorar sua infraestrutura.
O Peru chega à 73ª colocação graças ao bom desenvolvimento de seu
mercado de trabalho e dos mercados financeiros, enquanto a Argentina
está em 87º lugar empurrada pelo tamanho de seu mercado e pelo
sistema educacional, apesar da "profunda preocupação" com o Estado
de direito. EFE