Economia chinesa já mostra "brotos verdes", com alta trimestral de 7,9%

Publicado 16.07.2009, 07:50

Antonio Broto.

Pequim, 16 jul (EFE).- A economia chinesa começa a mostrar sinais de recuperação, após o anúncio hoje pelo Birô Nacional de Estatísticas de que o Produto Interno Bruto (PIB) nacional cresceu 7,9% no segundo trimestre de 2009 em comparação ao mesmo trimestre do ano passado.

O crescimento do PIB se acelera, assim, pela primeira vez, após dois anos e meio em que esteve diminuindo.

Esse dado representa um aumento de 1,8 ponto percentual a respeito do número do primeiro trimestre (6,1%), que foi a taxa de crescimento mais baixa registrada pelo Governo chinês desde 1992, ano em que começou a reunir estatísticas trimestrais.

O valor acumulado do PIB na primeira metade do ano chegou a 13,98 trilhões de iuanes (US$ 2,04 trilhões), um aumento de 7,1% anualizado para a terceira maior economia do mundo.

A taxa de crescimento e outros indicadores macroeconômicos divulgados hoje mostram que a economia chinesa "está mudando para uma situação melhor e se estabilizando", destacou o porta-voz do Birô, Li Xiaochao, ao apresentar os dados, em entrevista coletiva.

No entanto, Li advertiu que "ainda há muitas dificuldades, a base para a recuperação ainda não é muito firme" e os dados macroeconômicos continuam mostrando certa instabilidade, devido aos efeitos da crise financeira mundial.

Entre os dados que continuam mostrando a volatilidade da economia chinesa, destaca-se o do comércio exterior, pilar básico para o país asiático e que segue sem mostrar melhoras.

Entre janeiro e junho, o comércio exterior diminuiu 23,5% em comparação ao mesmo período de 2008, para US$ 946,1 bilhões.

As exportações tiveram uma queda de 21,8%, para US$ 521,5 bilhões, enquanto as importações caíram 25,4%, a US$ 424,6 bilhões.

Também continua a deflação, com uma perda de 1,1% no Índice de Preços ao Consumidor (IPC) ao longo do semestre. Só em junho, a queda foi de 1,7%.

Destaca-se a queda do preço do imóvel no primeiro semestre, de 3,9%, e a ainda mais intensa baixa das matérias-primas, combustíveis e eletricidade, de 8,7%.

Frente à queda das exportações, a China registrou na primeira metade do ano crescimentos de dois dígitos em outros dois pilares de sua economia, o investimento e o consumo interno.

O investimento em ativos fixos aumentou 33,5% durante o semestre, para 9,13 trilhões de iuanes (US$ 1,33 trilhão).

O indicador do consumo, as vendas a varejo, aumentou 15%, para 5,87 trilhões de iuanes (US$ 560 bilhões).

A renda per capita disponível da população urbana chinesa cresceu 9,8% durante o semestre, para US$ 1,296 mil, enquanto a da população rural - que representa mais de 60% no país mais povoado do mundo - aumentou 8,1%, para US$ 400.

A produção industrial, por outro lado, cresceu 7% no semestre e, em junho, conseguiu retornar às altas de dois dígitos (10,7%).

O porta-voz resumiu os números indicando que a China "colocou em prática eficazmente as políticas elaboradas para combater a crise financeira mundial e promover um crescimento saudável e rápido".

Li disse que em maio, com o aumento da produção industrial, começou-se a reverter as tendências negativas no crescimento nacional, e ressaltou que medidas estatais como a concessão de ajudas para estimular o consumo das famílias rurais e as ajudas fiscais à exportação foram fundamentais para a recuperação.

O porta-voz não informou números exatos sobre o emprego, depois que, no começo do ano, informou-se que a crise das exportações chinesas tinha deixado sem trabalho 20 milhões de imigrantes.

Li afirmou que, no primeiro semestre, tinham sido criados 3,78 milhões de empregos, e que a situação do mercado de trabalho é "basicamente estável".

"Alguns setores, no entanto, não sentem ainda sinais de recuperação econômica, sinal de que o crescimento ainda não é equilibrado", disse.

Desta vez, surpreendeu que um jornal econômico chinês publicasse os dados semestrais antes do próprio Birô em entrevista coletiva.

O porta-voz expressou sua preocupação com este fato, e prometeu uma investigação sobre o suposto vazamento, mas não anunciou medidas punitivas. EFE

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