Bruxelas, 3 dez (EFE).- A economia europeia saiu da recessão,
depois de mais de um ano no negativo, impulsionada pela Alemanha,
Itália e França, enquanto países como Espanha e Reino Unido
mantiveram redução de 0,3% no terceiro trimestre no Produto Interno
Bruto (PIB).
Os dados revisados divulgados hoje pelo Eurostat, o escritório
estatístico da União Europeia, confirmaram o retorno do crescimento,
entre julho e setembro, de 0,4% dos países da zona do euro e de 0,3%
para o conjunto das 27 nações comunitárias.
"A UE e a eurozona estão saindo da recessão", declarou a
porta-voz comunitária de Economia, Amelia Torres, que afirmou que os
números estão alinhados com as previsões da Comissão Europeia e
coincidem com a melhoria de outros indicadores, como da produção
industrial.
Os avanços nos países do euro e na UE ocorrem depois que ambas as
zonas registraram, no segundo trimestre, quedas intertrimestrais de
0,2% e 0,3%, respectivamente, o que significa o primeiro sinal de
recuperação após cinco trimestres de queda no PIB.
Em termos anualizados, a economia nos países da moeda única caiu
4,1% de julho a setembro, enquanto no conjunto da UE o corte foi de
4,3%, depois de uma redução de 4,8% e 5% no trimestre anterior.
Na Espanha, o PIB continuou no negativo, com uma baixa de 0,3% -
igual que no Reino Unido -, embora a evolução espanhola represente
um avanço com relação ao trimestre anterior, quando ficou em -1,1%.
Em comparação com o terceiro trimestre de 2008, a economia
espanhola se contraiu em 4%, 0,02% a menos que entre abril e junho.
Nesse período, os países que mais cresceram foram Lituânia
(6,1%), Eslováquia (1,6%), Eslovênia (1%), Áustria e Portugal
(ambas, 0,9%) e os que mais acusaram a crise, Estônia (-2,8%),
Hungria (-1,8%) e Chipre (-1,4%).
Das grandes economias da UE, só Espanha e Reino Unido ainda estão
no negativo (ambas -0,3%), frente aos avanços da Alemanha (0,7%),
Itália (0,6%) e França (0,3%).
Todos os países com dados disponíveis, menos a Polônia (1%),
tiveram queda no PIB anualizado.
Entre as principais economias comunitárias, Alemanha registrou
uma baixa com relação ao ano anterior de 4,8% (1% menos que no
trimestre anterior) e França de 2,4% (0,05% menos).
A economia britânica se contraiu em termos anualizados 5,1%
(contra 5,5% dos três meses anteriores) e a italiana 4,6% (frente à
queda anterior de 5,9%).
As piores evoluções anualizadas nos 27 são de Estônia e Lituânia,
com quedas de 15,3% e de 14,2%, respectivamente.
Quanto à composição da demanda, entre julho e setembro o
investimento continuou caindo, embora em menor medida, 0,4% nos
países do euro e 0,5% na UE (após quedas de 1,7% e 2,5%,
respectivamente, no trimestre anterior).
A contração do investimento é maior se comparada com o terceiro
trimestre de 2008, quando a queda foi de 10,4% na zona do euro e
11,4% em toda a União (contra -11,3% e -12,5%, respectivamente, dos
três meses anteriores).
A recuperação foi notada também no comércio exterior e, assim, as
vendas ao exterior dos países do euro cresceram 2,9% (depois de ter
descido entre abril e junho em 1,3%) e as dos 27 e 2,4% (contra
-1,4% do trimestre anterior).
Nos últimos 12 meses, as exportações caíram 13,9% na UE-16 e
13,4% nos 27, números que representam uma melhora ao comparar com o
segundo trimestre de 2008 (-17,4% e -16,6%, respectivamente).
As importações dos países do euro passaram os números positivos
no terceiro trimestre, com um aumento de 2,6% na eurozona e de 2,4%
na União, (frente à queda do 2,9% em ambas as regiões no período
prévio).
A redução das importações ficou mais moderada em termos
anualizados, ao cair 12,1% (zona do euro) e 12,9% (UE), de 14,4%
para 15,4% no segundo trimestre de 2008.
O consumo privado continuou frágil, com retrocessos de 0,2% em
ambas as regiões (após ter ficado estável nos países da moeda única
e -0,1% nos 27 no trimestre anterior).
Em comparação com o mesmo período de 2008, a queda da despesa
privada registrada no terceiro trimestre na zona do euro (-1,1%) e a
União (-1,9%) representou um pior resultado com relação aos três
meses anteriores (quando caiu 0,9% e 1,8%, respectivamente). EFE