São Paulo, 18 mai (EFE).- O primeiro-ministro da Suécia, Fredrik Reinfeldt, propôs nesta quarta-feira em São Paulo taxar a despesa de recursos naturais e aumentar o preço dos combustíveis fósseis como uma medida para fortalecer o conceito de "economia verde" proposto pelo país europeu.
"A Suécia vai incentivar um mínimo de impostos harmonizados para o consumo de recursos naturais. Um custo para consumir os recursos naturais", anunciou Reinfeldt durante a abertura do seminário "Encontro de Economia Verde Brasil-Suécia", promovido pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
Reinfeldt afirmou que a proposta será levada à Conferência das Nações Unidas "Rio+20", prevista para junho de 2012 no Rio de Janeiro, considerada pelo primeiro-ministro como "uma oportunidade para discutir a economia verde e a redução da pobreza".
"Não se deve negociar uma definição da economia verde. A Suécia tem claro o desafio diante das mudanças climáticas, que é uma preocupação muito grande para mim e para meu Governo. Mas, não vejo uma mudança fundamental a curto prazo de países cruciais como EUA e China", ressaltou.
Para o primeiro-ministro, a redução do uso dos combustíveis convencionais não é obtida apenas com a promoção dos alternativos, mas com "preços mais altos" para os de origem fóssil.
"A redução do impacto ambiental não significa uma redução do crescimento", justificou.
Segundo o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, o Brasil fornece 30% do etanol consumido na Suécia.
Skaf destacou também que, com a instalação nos últimos cem anos de mais de 200 empresas suecas no Brasil, São Paulo se transformou a terceira cidade industrial sueca, após Estocolmo e Gotemburgo.
Em sua primeira visita à América Latina, Reinfeldt foi recebido na terça-feira em Brasília pela presidente Dilma Rousseff e, em São Paulo, se encontrará com o governador Geraldo Alckmin. Além disso, conhecerá projetos desenvolvidos no Brasil por empresas e cientistas suecos na área da saúde.
Como parte da promoção para vencer uma licitação para a venda de 36 caças-bombardeiros à Força Aérea Brasileira (FAB), o primeiro-ministro inaugurará um centro de assistência tecnológica para a indústria aeronáutica em São Bernardo do Campo.
Os aviões Gripen NG da empresa sueca Saab concorre com os F-18 da americana Boeing e os Rafale da francesa Dassault, considerados os favoritos para vencer a licitação.
Segundo números oficiais brasileiros, a troca comercial entre os dois países alcançou US$ 2,076 bilhões em 2010, com US$ 1,365 bilhão de déficit para o Brasil. EFE