SÃO PAULO (Reuters) - Especialistas reduziram suas expectativas para a inflação de 2023 a 2026 na pesquisa Focus, na esteira de uma desaceleração mais forte do que o esperado no aumento dos preços ao consumidor em maio.
O levantamento divulgado nesta segunda-feira pelo Banco Central mostra que as projeções para a alta do IPCA são agora de 5,42% em 2023, 4,04% em 2024, 3,90% em 2025 e 3,88% em 2026.
Na semana anterior, essas contas estavam respectivamente em 5,69%, 4,12%, 4,00% e 4,00%.
O centro da meta oficial para a inflação em 2023 é de 3,25% e para 2024 e 2025 é de 3,00%, sempre com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos. O objetivo para 2026 deverá ser definido em reunião do Conselho Monetário Nacional neste mês.
A revisão se dá depois que o IPCA subiu 0,23% em maio, no resultado mais fraco desde setembro de 2022 (-0,29%) e bem abaixo da expectativa. Isso levou o índice a acumular em 12 meses taxa de 3,94%, o patamar mais baixo desde outubro de 2020, última vez que ficou abaixo da marca de 4%.
O levantamento Focus, que capta a percepção do mercado para indicadores econômicos, apontou no entanto que não houve mudanças na expectativa de manutenção da taxa básica de juros em 13,75% na reunião de junho do Comitê de Política Monetária (Copom).
Eles também não fizeram alterações na trajetória do afrouxamento monetário, vendo uma redução de 0,5 ponto percentual da Selic na reunião de setembro, 0,25 ponto em novembro e 0,50 ponto em dezembro.
Os analistas também seguem vendo a Selic em 12,50% ao final deste ano, 10,00% no fim de 2024 e 9,00% em 2025, mas reduziram a perspectiva para o final de 2026 a 8,75%, de 9,0% antes.
Para o Produto Interno Bruto (PIB), a pesquisa semanal com uma centena de economistas mostrou ainda melhora da perspectiva de crescimento em 2023 a 1,84%, de 1,68% antes. Para 2024 a projeção foi ajustada em 0,01 ponto percentual para baixo, a 1,27%.
(Por Camila Moreira)