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Estamos muito confortáveis com ritmo de 1 ponto de alta na Selic, diz diretora do BC

Publicado 14.10.2021, 17:40
© Reuters. Visão geral da sede do Banco Central em Brasília
20/03/2020
REUTERS/Adriano Machado

Por Marcela Ayres

BRASÍLIA (Reuters) - O Banco Central está muito confortável com o ritmo de aperto monetário que adotou, disse nesta quinta-feira a diretora de Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos​ da autarquia, Fernanda Guardado, em referência à alta de 1 ponto nos juros básicos que foi aplicada nas últimas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom).

Em evento online promovido pela XP, ela afirmou que os modelos internos do BC mostram que, com esse ritmo, o BC entregará a inflação na meta no ano que vem, compromisso que ela reiterou que está sendo perseguido com afinco.

O BC tem sinalizado que deverá novamente subir os juros nesta magnitude na próxima reunião do Copom, que acontece no fim deste mês. Atualmente, a Selic está em 6,25% ao ano.

"Não está fora da mesa (a adoção de uma mudança), mas estamos muito confortáveis no momento com o ritmo que escolhemos. Estamos muito confiantes que esse ritmo, nossas ações, nosso ciclo serão suficientes", disse ela.

A diretora ressaltou que setembro e outubro devem ser os meses de pico para a inflação acumulada em 12 meses, que depois deverá trilhar um caminho descendente rumo à meta em 2022, que é de 3,5%, com margem de tolerância de 1,5 ponto para mais ou para menos.

Enquanto o BC projeta, em seu cenário base, um IPCA de 3,7% no ano que vem, o mercado vê, segundo o boletim Focus mais recente, inflação de 4,17%.

Refletindo as persistentes pressões sobre os preços na economia brasileira, o IPCA registrou alta de 10,25% nos 12 meses até setembro, batendo em dois dígitos pela primeira vez desde fevereiro de 2016 e ficando muito acima da meta para o ano, que é de 3,75%, com banda de tolerância de 1,5 ponto.

Nesta quinta-feira, a diretora procurou esclarecer que o BC está olhando tanto para 2022 quanto para 2023 no seu horizonte relevante de política monetária, como é próprio de seu mandato. Mas isso não significa que jogou a toalha em relação à convergência da inflação para a meta no ano que vem.

© Reuters. Visão geral da sede do Banco Central em Brasília
20/03/2020
REUTERS/Adriano Machado

"Claro que estamos olhando para 2022 e 2023 também, mas percebemos que essa janela móvel vinha sendo de alguma forma interpretada por alguns participantes do mercado como uma desculpa para abandonar a meta em 2022. E isso não é o que está na nossa cabeça", afirmou ela.

De acordo com a diretora, foi por essa razão que o BC passou a dar foco em 2022 em sua comunicação.

"Acreditamos que o que estamos fazendo, o atual ritmo e o ciclo de aperto que estamos mirando serão suficientes para trazer a inflação para a meta no ano que vem", afirmou ela.

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