Miami, 12 ago (EFE).- O Governo dos Estados Unidos e o banco
suíço UBS anunciaram hoje que chegaram a um acordo no processo sobre
sonegação de impostos envolvendo milhares de clientes americanos da
entidade.
Por meio de uma teleconferência, o procurador da divisão
tributária do Departamento de Justiça dos EUA, Stuart Gibson,
comunicou ao juiz do caso que "as partes chegaram a um acordo". No
entanto, o teor deste não foi divulgado.
Gibson confirmou o acordo, mas ressaltou que "precisarão de algum
tempo" para redigir o documento final.
Na sexta-feira, o procurador já tinha anunciado que existia um
princípio de acordo, mas pediu ao juiz Alan Gold mais tempo para
formalizá-lo.
O magistrado já havia convocado as partes para uma audiência no
próximo dia 17 caso não chegassem a uma solução acordada.
O acordo facilita a resolução do litígio de EUA e Suíça com o UBS
fora dos tribunais.
O Governo americano reivindicou do banco informações sobre 52 mil
clientes americanos que supostamente sonegaram impostos com contas
em paraísos fiscais.
As duas partes negociaram um acordo nas últimas semanas, motivo
pelo qual a data do início do julgamento, prevista para 13 de julho,
foi adiada em diversas ocasiões.
Desde que ambos os lados reconheceram que estavam perto de chegar
a um acordo, as ações do UBS experimentaram uma forte alta tanto em
Wall Street, quanto na Bolsa de Valores de Zurique.
O acordo final anunciado hoje é consequência de um primeiro pacto
entre as partes alcançado em fevereiro, pelo qual o banco suíço
aceitou pagar US$ 780 milhões e entregar os nomes de cerca de 300
clientes com contas secretas offshore para evitar um julgamento por
ter ajudado cidadãos americanos a sonegar impostos.
Além disso, o UBS prometeu encerrar seus negócios offshore com
clientes americanos. Três deles se declararam culpados de terem
apresentado falsas declarações de impostos.
Além disso, os EUA exigiram da entidade financeira dados
adicionais sobre outros milhares de clientes deste país, um passo
que gerou um grande debate na Suíça, que vê ameaças sobre sua
garantia de sigilo bancário, o pilar dos bancos desse país.
O caso se transformou no tema bilateral mais delicado nas
relações entre Estados Unidos e Suíça. EFE