Washington, 3 out (EFE).- O Governo dos Estados Unidos emitiu
hoje um alerta de viagem à Europa na qual recomenda aos cidadãos que
reforcem a vigilância em locais públicos do Velho Continente diante
do risco de atentados terroristas da Al Qaeda.
"O Departamento de Estado alerta aos cidadãos americanos de
potenciais atentados terroristas na Europa", disseram hoje as
autoridades, ao detalharem que "informações disponíveis sugeriam que
a Al Qaeda e outras organizações seguem planejando atentados
terroristas".
O alerta do Departamento de Estado lembra que os terroristas
atacaram no passado ferrovias e metrôs, assim como sistemas de
aviação e marítimos e informa que os próximos ataques poderiam ter
como alvo o "transporte público e outras infraestruturas
turísticas".
"Os cidadãos americanos deveriam adotar todas as precauções
possíveis e terem consciência das medidas de segurança para se
protegerem em viagens", indica o alerta.
O Departamento de Estado destacou que os Governos europeus também
tomaram ações para evitar atentados e lembrou que alguns falaram
publicamente sobre o maior risco.
"Seguimos trabalhando estreitamente como nossos aliados europeus
contra a ameaça colocada pelo terrorismo internacional, incluindo Al
Qaeda", menciona o alerta.
A decisão dos Estados Unidos ocorre depois que as agências de
inteligência ocidentais detectaram um suposto complô da Al Qaeda
para realizar ataques contra cidades do Reino Unido, Alemanha e
França.
"Os terroristas podem escolher vários métodos e armas para
atentar tanto contra lugares oficiais quanto privados", advertiu
hoje EUA.
Segundo informaram dias atrás meios de imprensa europeus, os
terroristas planejam ataques similares aos de 2008 contra dois
hotéis na cidade indiana de Mumbai.
As agências ocidentais acreditam que o plano deixou de ser uma
simples ideia e está já em fase de preparação, e embora não se saiba
quais os locais exatos os terroristas planejam atacar, acredita-se
que poderiam ser prédios muito conhecidos.
A secretária de Segurança Nacional dos EUA, Janet Napolitano,
advertiu há poucos dias que o Ocidente enfrenta "um aumento da
atividade" de grupos terroristas filiados à Al Qaeda e que poderiam
realizar ataques com "armas pequenas".
O alerta, que não desaconselha viajar à Europa, mas reforçar as
precauções, poderia ter impacto negativo no setor turístico europeu
e dissuadir as viagens de negócio ao Velho Continente.
Mesmo assim, várias capitais europeias reagiram hoje
favoravelmente à postura adotada por Washington.
A partir de Paris, as autoridades francesas disseram hoje que o
alerta do Departamento de Estado está em linha com as recomendações
feitas à própria população.
"As recomendações de vigilância anunciadas pelos EUA aos
americanos que viajam à Europa estão em linha com as recomendações
gerais que fizemos nós mesmos à população francesa", afirmou em
comunicado o porta-voz do ministro de Assuntos Exteriores francês
Bernard Valero.
O porta-voz de Exteriores francês mencionou que o nível de alerta
na França continua sendo "alto".
O Governo do Reino Unido apoiou também hoje a decisão de seus
parceiros americanos.
"Trabalhamos estreitamente com nossos aliados internacionais na
luta contra o terrorismo e o conselho dos EUA é consistente com
nossa própria avaliação", assinalou em comunicado a ministra do
Interior britânica, Theresa Mai. EFE