Genebra, 29 out (EFE).- A Organização Mundial da Saúde (OMS) está
imersa em um processo para determinar a importância das doenças de
origem alimentícia e um dos principais obstáculos que encontra é a
falta de dados sobre os países mais pobres.
A informação foi divulgada hoje pela OMS dentro da terceira
reunião do grupo epidemiológico de referência de doenças de origem
alimentícia (FERG, na sigla em inglês).
O FERG foi criado para determinar qual é peso real das doenças de
origem alimentícia, um processo que deve durar ainda alguns anos.
"Nos falta informação sobre os países em desenvolvimento.
Tentamos superar esse obstáculo, e para isso estamos guiando-os na
formulação de programas para que possam fazer suas próprias
análises", assinalou na sessão Claudia Stein, diretora técnica do
FERG.
Stein explicou que nessa área "fica ainda muito por fazer", e
confessou que conseguir dados dos países menos desenvolvidos, onde,
além disso, é registrada a maioria dos casos de doenças com origem
alimentícia, é "um grande desafio".
São consideradas doenças de origem alimentícia aquelas que se
produzem após a ingestão de comida contaminada com bactérias, vírus,
parasitas, substâncias químicas e toxinas.
Outro dos aspectos que estão "boicotando" o trabalho do grupo é a
falta de fundos, segundo Tikki Pang, diretor do setor de Políticas
de Pesquisa e Cooperação da OMS.
Pang explicou que 95% dos fundos globais para pesquisa se dirigem
para o desenvolvimento de novas tecnologias.
"O dinheiro para pesquisa se centra em outras áreas, não na saúde
pública", confirmou Stein.
O projeto conta com US$ 3,4 milhões, mas são necessários mais US$
4 milhões. EFE