Londres, 22 jul (EFE).- A agência Fitch informou nesta sexta-feira que atribuiu classificação de "moratória temporária" aos bônus soberanos do Governo grego, apesar do acordo do Eurogrupo de um segundo resgate à Grécia no qual o setor privado vai arcar com parte da ajuda.
Na cúpula da quinta-feira em Bruxelas, os líderes europeus acordaram um segundo programa de resgate à Grécia avaliado em 159 bilhões de euros, dos quais quase um terço será fornecido pelos bancos.
Assim, Fitch assinalou nesta sexta-feira que decidiu situar a classificação moratória pelo envolvimento das instituições bancárias, mas especifica que essa medição pode ser levantada uma vez a Grécia emita novos bônus aos bancos. Os novos bônus emitidos serão garantidos pelos Governos da zona do euro.
"Fitch considera que a participação do setor privado em um novo programa financeiro de apoio à Grécia constitui uma situação de moratória temporária. No entanto, a redução das taxas de juros e a extensão dos vencimentos podem oferecer à Grécia uma oportunidade para voltar a ter solvência, apesar dos tremendos desafios que enfrenta", assinala nesta sexta-feira na nota o diretor de dívida soberana de Fitch, David Riley.
A agência acrescenta que não está descartada a existência de mais situações de volatilidade nos mercados, enquanto podem continuar as pressões para a queda da classificação da dívida soberana até que haja uma recuperação econômica.
Nesse sentido, Fitch diz que a volatilidade continuará até a constatação de progresso na redução do déficit público e reformas estruturais que permitam crescimento de longo prazo.
No entanto, a agência considera que o acordo alcançado na quinta-feira à noite representa um passo a frente "importante e positivo".
Uma resposta unificadora à crise grega alivia as pressões sobre o crédito soberano e as classificações para toda essa zona.
"Os compromissos feitos pelos líderes da zona do euro na cúpula de quinta-feira representam um passo adiante importante e positivo para garantir a estabilidade financeira na zona do euro", especifica Riley.
Os líderes europeus impulsionaram também medidas para superar a crise da dívida e frear um possível contágio a outros países periféricos.
Na opinião da agência de medição de risco, a decisão de conceder um pacote de ajuda à Grécia a taxas de juros mais baixas e a participação do setor privado também indicaram estabilidade financeira na Grécia e em toda zona do euro. EFE