São Paulo, 11 nov (EFE).- A agência de classificação de risco Fitch rebaixou na escala brasileira o rating de longo prazo do Banco Panamericano e o colocou em perspectiva negativa devido aos problemas contábeis que a instituição enfrenta.
A Fitch informou que a qualificação nacional de longo prazo do Panamericano foi rebaixada de "AA+" para "A-" depois que o Grupo Silvio Santos, acionista controlador do banco, anunciou na terça-feira uma injeção de R$ 2,5 bilhões na entidade para absorver os efeitos de irregularidades contábeis.
O PanaAmericano é uma entidade de meio porte que se dedica ao financiamento de veículos, principalmente usados, e aos créditos diretos ao consumidor mediante um pasta que inclui empréstimos pessoais, cartões de crédito e seguros.
Os problemas começaram após o Banco Central descobrir uma fraude contábil de R$ 2,5 bilhões em vendas de carteiras de crédito para outras instituições financeiras. O rombo é resultado de ativos e créditos fictícios registrados por diretores do Panamericano supostamente para inflar os resultados da instituição.
"Apesar de a injeção de capital exceder em cerca de 10% o volume das irregularidades contábeis descobertas, dando espaço para cobrir ajustes adicionais, a colocação do rating sob perpectiva negativa reflete a preocupação da Fitch.
Nesta etapa, "a reação do mercado e a possibilidade de divulgação de novas necessidades de ajustes podem se mostrar mais severas que o esperado", afirmou a agência.
O Grupo Silvio Santos, principal acionista, ofereceu seu patrimônio como garantia de aporte de R$ 2,5 bilhões do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) para cobrir o rombo da fraude. São 44 empresas de seu conglomerado, que inclui o canal de televisão aberta SBT, formado por 107 emissoras, uma imobiliária, um complexo hoteleiro, uma linha de produtos de beleza, entre outros. EFE