GENEBRA (Reuters) - Um comboio de ônibus que levam pessoas desesperadas para sair do último enclave rebelde de Aleppo começou a deixar a cidade novamente nesta quarta-feira, disseram agências de ajuda, aumentando as esperanças de que um obstáculo de última hora havia sido resolvido.
Civis ficaram esperando sob temperaturas congelantes desde que surgiram problemas na terça com o plano para retirá-los da cidade abalada pela guerra civil. Sessenta ônibus ficaram parados, disse um grupo que monitora a guerra mais cedo nesta quarta, e imagens da TV mostraram os veículos cobertos por neve.
Mas uma autoridade da Organização das Nações Unidas (ONU) disse à Reuters por email às 12h (horário de Brasília) que os ônibus começaram novamente a sair do leste de Aleppo. "Esperamos que assim continue, para que as pessoas possam ser retiradas com segurança", disse a autoridade.
Forças do governo concordaram com a retirada como parte de um acordo que também inclui a retirada de pessoas de vilas xiitas cercadas pelos rebeldes em Idlib.
Oito ônibus que seguiam para Aleppo depois de partirem dos vilarejos pró-governo de Foua e Kefraya também estão retidos desde terça-feira, informou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos, um grupo de monitoramento sediado no Reino Unido.
Mais funcionários da ONU chegaram ao leste de Aleppo para ajudar a monitorar a retirada, em linha com uma resolução adotada por unanimidade do Conselho de Segurança da entidade na segunda-feira, disse o porta-voz da ONU Jensen Clarke em Genebra.
A TV síria disse que quatro ônibus e duas ambulâncias chegaram na área controlada pelo governo em Aleppo em Foua e Kefraya, em Idlib, enquanto 15 ônibus levando combatentes e suas famílias começaram a sair do leste de Aleppo.
O Comitê Internacional da Cruz Vermelha, que está comandando a operação junto com o Crescente Vermelho Árabe Sírio, confirmou que a retirada foi retomada. As condições climáticas eram "duras" e as pessoas estavam "exaustas", disseram no Twitter.
"Todos os pacientes foram retirados, o hospital al-Quda (único que sobrou no enclave rebelde) está agora vazio, e todos os outros casos médicos urgentes foram retirados", disse o porta-voz da Cruz Vermelha Kris Armstrong em Genebra.
(Reportagem de Stephanie Nebehay)