Por Claudia Violante
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar fechou praticamente estável nesta terça-feira, com movimentos de venda depois de ter encostado em 3,11 reais mais cedo, quando acompanhou o movimento da moeda norte-americana no exterior com novas apostas de que o Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, pode elevar os juros na maior economia do mundo no próximo mês.
O dólar avançou 0,06 por cento, a 3,0905 reais na venda, depois de marcar 3,1093 reais na máxima da sessão. O dólar futuro tinha leve alta de 0,05 por cento no final desta tarde.
"O dólar está com um intervalo estreito, estão faltando argumentos para andar mais forte para qualquer lado", comentou um profissional da mesa de câmbio de uma corretora nacional.
O dólar avançava ante uma cesta de moedas depois que autoridades do Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, destacaram o potencial de alta dos juros no próximo mês, voltando a atenção dos investidores para os fundamentos positivos dos Estados Unidos.
O presidente do Fed da Filadélfia, Patrick Harker, sugeriu novamente que poderia apoiar aumento da taxa de juros na reunião de política monetária de março enquanto a inflação, a produção e outros indicadores até lá continuarem mostrando que a economia dos Estados Unidos está crescendo.
Na véspera, a presidente do Fed de Cleveland, Loretta Mester, disse que ficaria confortável em aumentar os juros neste momento se a economia mantiver seu desempenho atual.
"Agora, o mercado vai monitorar principalmente a ata do último encontro do banco central norte-americano", comentou um profissional de câmbio de uma corretora local, referindo-se à divulgação do documento pelo Fed na quarta-feira.
Juros maiores nos Estados Unidos têm potencial para atrair à maior economia do mundo recursos aplicados hoje em outros mercados, como o brasileiro.
Apesar do comportamento nesta sessão, afirmavam operadores, a tendência do dólar frente ao real continuava de queda diante da expectativa de ingresso de recursos externos no país após recentes captações de empresas.
"É natural o dólar dar uma parada, voltar um pouco, sobretudo diante da agenda forte nos próximos dias e a pausa longa com o Carnaval", avaliou o diretor da consultoria de valores mobiliários Wagner Investimentos, José Faria Júnior. "Mesmo que a moeda volte a 3,15, 3,20 reais, ainda terá trajetória de baixa", acrescentou.
O Banco Central brasileiro vendeu nesta sessão o lote integral de até 6 mil swaps tradicionais --equivalente à venda futura de dólares --, ou 300 milhões de dólares. Desta forma, o BC continuou indicando que fará apenas rolagem parcial desse vencimento, faltando 5,154 bilhões de dólares do total.