Investing.com – Os mercados estarão vigiando de perto a divulgação do relatório de emprego de abril nesta sexta-feira às 09h30 (horário de Brasília), já que esperam confirmar que a criação de empregos em março foi um ponto fora da curva temporário devido ao mau tempo e as condições do mercado de trabalhos se recuperaram no início do segundo trimestre.
O consenso das previsões é de que os dados mostrarão o acréscimo de 185.000 empregos, na sequência do aumento de apenas 98.000 em março, a taxa de desemprego deve subir de 4,5% para 4,6%, enquanto a média de ganhos por hora deve aumentar 0,3% após ter aumentado 0,2% no mês anterior.
Mercado de trabalho já sólido deve se fortalecer ainda mais
A declaração do Federal Reserve nesta quarta-feira sobre decisão de política monetária revelou que o banco central norte-americano sentiu que a fraqueza da economia registrada no primeiro trimestre era "transitória" e que "o mercado de trabalho continua a se fortalecer mesmo com o crescimento na atividade econômica se desacelerando".
O Fed também declarou suas expectativas de que "as condições do mercado de trabalho se fortalecerão ainda mais" conforme a economia avance no segundo trimestre.
Embora a leitura de março tenha sido "fraca", a maior parte dos especialistas apontou que o crescimento dos empregos fica mais lento conforme a economia se aproxima do pleno emprego.
O relatório de empregos de quarta-feira da ADP, empresa processadora de folhas de pagamento, revelou uma desaceleração na criação de 177.000 novos postos de trabalho em abril, em comparação a 255.000 no mês anterior. Embora não seja visto como um guia confiável para o relatório de empregos do governo, este relatório serve como orientação sobre a contratação no setor privado
"O crescimentos nos empregos ficará mais lento conforme fique mais difícil para as empresas preencherem vagas", afirmou Mark Zandi, economista-chefe da Moody's Analytics, que colabora com a elaboração do relatório da ADP, em uma conferência telefônica após a divulgação na quarta-feira.
Além disso, Zandi insistiu que o mercado de trabalho ficará mais rígido e que o crescimento da renda está se recuperando.
Especialistas da LPL Financial recomendaram se lembrar que "os empregos estão em saldo positivo pelo recorde de 78 meses consecutivos".
"A criação de empregos provavelmente precisaria desacelerar para permanentes 25.000 a 50.000 por mês para sinalizar que a recessão está iminente", afirmaram eles, acrescentando que "de fato, dezembro de 2010 e janeiro de 2011 foram a última vez em que houve meses seguidos com menos de 100.000 empregos criados".
Estes estrategistas sugeriam que a criação de empregos alinhada com as expectativas manteria o Fed no caminho para mais dois aumentos da taxa de juros este ano.
Riscos negativos nos números de sexta-feira
Contudo, eles admitiram que "uma possível desaceleração na criação de empregos e uma ausência de aceleração na renda poderia baixar as expectativas".
Embora as expectativas para as folhas de pagamento não agrícolas de sexta-feira esteja orientadas para uma recuperação saudável a partir dos números de março que praticamente dobraria a leitura anterior sobre criação de empregos, outros especialistas reconhecem riscos negativos.
"Se o relatório de folhas de pagamento de sexta-feira decepcionar, os resultados mais fracos em sequência podem levar os investidores a questionarem ainda mais a dinâmica da economia e começarem a levar os títulos do Tesouro com vencimento em 10 anos de volta ao seu canal pessimista de longo prazo", afirmaram estrategistas do JP Morgan.
"Um cenário sem riscos nos mercados financeiros provavelmente deveria ocorrer conforme os investidores questionem de maneira séria a saúde da economia e as possibilidades de aumento das taxas", eles comentaram.
Antes do relatório e de uma série de discursos de membros do Fed, mercados apostam que há em torno de 67% de chances de alta da taxa de juros na reunião de junho, de acordo com o Monitor da Taxa da Reserva Federal do Investing.com.
Enquanto isso, o mercado futuro dos EUA tem negociações com cautela. O blue chip futuros do Dow caía 11 pontos, ou 0,05%, às 7h22 em horário local (8h22 em horário de Brasília), os futuros do S&P 500 subiam 1 ponto, ou 0,04%, enquanto o índice futuro de tecnologia Nasdaq 100 avançava 2 pontos ou 0,04%.
O índice dólar, que mede a força da moeda frente a uma cesta ponderada de seis principais divisas, subia 0,17% para 98,78 às 8h23 (horário de Brasília), enquanto contratos futuros de ouro na divisão Comex da Bolsa Mercantil de Nova York ganhavam US$ 5,84, ou 0,5%, e eram negociados a US$ 1.234,44 por onça troy.