Por Roberta Rampton e Thomas Grove
WASHINGTON/MOSCOU (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, telefonou para seu colega russo, Vladimir Putin, para pedir que pare de apoiar os separatistas no leste da Ucrânia e buscar uma solução diplomática para a crise, que desencadeou novas e severas sanções econômicas contra a Rússia.
Nesta sexta-feira, Obama disse aos repórteres acreditar que os EUA fizeram "tudo que podemos fazer", exceto ir à guerra, para impedir novas ameaças russas à Ucrânia, com as sanções aos setores de energia, defesa e financeiro.
"O presidente Putin deveria querer resolver isto diplomaticamente. Faça com que as sanções sejam suspensas, faça com que a economia volte a crescer e tenha boas relações com a Ucrânia", declarou Obama em uma coletiva de imprensa.
"Mas às vezes as pessoas não agem racionalmente, e nem sempre agem baseadas em interesses de médio ou longo prazo", acrescentou.
Foi a primeira conversa dos dois líderes desde 17 de julho, quando um avião de passageiros da Malásia foi abatido no leste ucraniano pelo que autoridades norte-americanas acreditam ter sido um míssil lançado por separatistas pró-Rússia.
Durante a ligação, Putin disse a Obama que as sanções são "contraproducentes", informou um comunicado do Kremlin.
"O líder russo descreveu a intensificação das sanções de Washington como contraproducente, o que causa sérios danos às relações bilaterais e à estabilidade internacional em geral", afirmou o Kremlin.
A nota disse ainda haver "diferenças significativas" entre os dois mandatários, mas que ambos enfatizaram a importância de um "cessar-fogo imediato e duradouro" no leste da Ucrânia.
Os dois líderes concordaram em manter os canais de comunicação abertos, segundo a Casa Branca.
Na conversa, Obama também mencionou sua preocupação com o que Washington diz ser uma violação russa do Tratado de Armas Nucleares de Alcance Intermediário, de 1988, elaborado para eliminar os mísseis de cruzeiro terrestres, disse a Casa Branca.
O governo dos EUA prometeu cerca de oito milhões de dólares em nova ajuda nesta sexta-feira para reforçar a segurança na fronteira ucraniana, uma promessa feita pelo vice-presidente, Joe Biden, ao presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko.
(Reportagem adicional de Steve Holland e Mark Felsenthal em Washington)