Por Maria Carolina Marcello e Marcela Ayres
BRASÍLIA (Reuters) - A presidente afastada Dilma Rousseff dará nesta segunda-feira seu último depoimento antes da votação final do processo de impeachment, acusada de ter cometido crimes de responsabilidade.
O julgamento final da presidente foi iniciado na última quinta-feira, mas a votação que definirá o futuro político da petista só deve ocorrer entre terça e quarta-feira.
Dilma chegou ao Senado pouco depois das 9h, acompanhada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e por ex-ministros de seu governo que acompanharão o depoimento, além de convidados como o cantor e compositor Chico Buarque. A presidente afastada foi recebida por um grupo de senadores e deputados aliados.
A presidente afastada terá o direito de fazer um pronunciamento de 30 minutos, que poderão ser prorrogados, e depois poderá ser interrogada pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, que conduz o julgamento, por senadores, pela acusação e pela defesa.
Até pouco antes das 9h eram 47 os senadores inscritos para fazer perguntas. Cada parlamentar terá 5 minutos para elaborar sua pergunta.
O interrogatório de Dilma é um dos pontos altos do julgamento, e será acompanhado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e por mais de 30 ex-ministros e assessores da presidente.
A acusação também apresentou uma lista de convidados, formada principalmente por grupos pró-impeachment.
Da mesma forma que a petista passou as últimas horas se preparando para o depoimento em reuniões no Alvorada com conselheiros, senadores da base do presidente interino Michel Temer também prepararam uma estratégia para esta segunda-feira. A ideia é construir um discurso combativo, sem, no entanto, vitimizar Dilma.