Viena, 8 jul (EFE).- A Organização dos Países Exportadores de
Petróleo (Opep) estima que a demanda mundial de petróleo se
recuperará apenas em 2011 da contração que sofre devido à crise
econômica e alcançará em tal ano os mesmos níveis de 2008.
No ano passado, o mundo consumiu 85,6 milhões de barris diários
(mbd). Para este ano, a estimativa é de 84,2 mbd, segundo a
"Previsão Mundial do Petróleo 2009", publicada hoje pela Opep.
Em 2010, a demanda subirá levemente, até 84,6 mbd. Só em 2011, o
consumo de petróleo do planeta alcançará o de 2008 e, um ano depois,
se prevê o primeiro aumento líquido da demanda desde a explosão da
crise, até os 86,7 mbd.
As previsões para longo prazo da Opep tiveram que ser corrigidas
para baixo de forma notável devido ao impacto da crise econômica
global, que reduziu e muito o consumo de petróleo.
A organização estima que as economias dos que consomem mais
petróleo, os Estados Unidos, a zona do euro e o Japão, cairão 2,8%,
4,2% e 6,4%, respectivamente, em 2009.
Assim, a Opep reduziu em quase seis milhões de barris diários a
demanda calculada no ano passado para 2013, antes da explosão da
pior fase da crise após a quebra do banco de investimentos americano
Lehman Brothers, para 87,9 mbd.
Os analistas da entidade petrolífera consideram que levará mais
tempo do que o habitual para sair da atual crise, e que no período
entre 2010 e 2020 o preço do barril de petróleo se situará entre US$
70 e US$ 100.
A Opep voltou a ressaltar que preços excessivamente baixos não
permitem investir o exigido para responder à demanda futura, o que
pode ser a origem de uma nova onda de altas.
"Achamos que os preços baixos do petróleo não são sustentáveis",
afirmou o secretário-geral da Opep, Abdullah Salem El-Badri. EFE