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EUA revisarão medidas de segurança nas plataformas de petróleo

Publicado 30.04.2010, 19:30

(Atualiza com declarações do porta-voz da Casa Branca).

Macarena Vidal.

Washington, 30 abr (EFE).- O Governo dos Estados Unidos intensificou hoje sua resposta ao vazamento de petróleo no Golfo do México e anunciou uma revisão das medidas de segurança nas plataformas de petróleo, durante a qual cancelará a concessão de novas formas de exploração.

O presidente dos EUA, Barack Obama, anunciou hoje no jardim da Casa Branca que a revisão ficará a cargo do secretário de Interior americano, Ken Salazar, o qual deverá apresentar suas conclusões em até 30 dias.

Embora haja a determinação de interromper a concessão de licenças de exploração, a medida não terá efeitos práticos, já que o Governo dos EUA não tinha nenhuma solicitação para maio.

Em seu relatório, Salazar deverá indicar quais foram as causas da explosão e posterior afundamento da plataforma "Deepwater Horizon", que causou o vazamento, e apontar medidas de segurança adicionais e novas tecnologias para evitar que algo do gênero volte a acontecer.

Segundo o porta-voz da Casa Branca, Robert Gibbs, o relatório "dará forma a toda nossa política sobre perfurações em águas profundas".

Há um mês, Obama anunciou o fim da proibição a novas explorações na plataforma atlântica e no leste do Golfo do México.

Em seu comparecimento de hoje, o presidente americano afirmou que as novas explorações continuam entre seus planos, mas ressaltou que devem ser feitas de modo "responsável".

"Continuo achando que a produção nacional de petróleo é uma parte importante de nossa estratégia geral para a segurança energética. Mas sempre disse que tem que ser feita de modo responsável, pelo bem de nossos trabalhadores e nosso meio ambiente", afirmou Obama.

A perfuração nas novas áreas faz parte integral do projeto de lei sobre energia em tramitação no Senado americano e cuja aprovação é uma das próximas prioridades legislativas da Casa Branca.

Obama e seu Governo intensificaram sua resposta e seus comparecimentos públicos sobre o acidente para convencer os estados afetados e a população de que a situação está sob controle.

Com isso, a intenção é evitar que se repitam as críticas feitas à resposta do Governo do ex-presidente George W. Bush à passagem do furacão "Katrina" em agosto de 2005.

Gibbs afirmou hoje que "o Governo esteve presente desde o primeiro momento" com o envio do Serviço de Guarda Costeira e insistiu que a resposta ocorreu de acordo com a situação.

"Só fomos informados da existência de um segundo vazamento na quarta-feira à noite", apontou.

Tanto a Casa Branca como os diferentes departamentos de Governo afirmam que estão "completamente preparados" para fazer frente ao desastre, declarado como catástrofe nacional, e empregarão "todos os meios necessários" para combatê-lo.

No entanto, o Governo americano destaca que a responsável em último caso é a British Petroleum (BP), empresa que detinha a concessão de uso da plataforma.

Em declarações à imprensa, Gibbs se recusou a dizer se o Governo dos EUA está satisfeito com o comportamento da BP na crise e se limitou a ressaltar que o Executivo "supervisionou desde o primeiro momento" as operações de limpeza e contenção do material derramado.

Em entrevista coletiva concedida em Nova Orleans, a secretária de Segurança Nacional, Janet Napolitano, e Salazar afirmaram que os responsáveis pelo ocorrido fato terão que responder na Justiça.

O acidente no Golfo do México começou no último dia 20 após a explosão e incêndio da plataforma, que após afundar começou a vazar cerca de cinco mil barris diários de petróleo.

A mancha de petróleo chegou hoje à costa do estado da Louisiana, onde a maré negra poderia afetar até 400 espécies de animais e vegetais nas restingas litorâneas, segundo as autoridades. EFE

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