(Atualiza com declarações do porta-voz da Casa Branca).
Macarena Vidal.
Washington, 30 abr (EFE).- O Governo dos Estados Unidos
intensificou hoje sua resposta ao vazamento de petróleo no Golfo do
México e anunciou uma revisão das medidas de segurança nas
plataformas de petróleo, durante a qual cancelará a concessão de
novas formas de exploração.
O presidente dos EUA, Barack Obama, anunciou hoje no jardim da
Casa Branca que a revisão ficará a cargo do secretário de Interior
americano, Ken Salazar, o qual deverá apresentar suas conclusões em
até 30 dias.
Embora haja a determinação de interromper a concessão de licenças
de exploração, a medida não terá efeitos práticos, já que o Governo
dos EUA não tinha nenhuma solicitação para maio.
Em seu relatório, Salazar deverá indicar quais foram as causas da
explosão e posterior afundamento da plataforma "Deepwater Horizon",
que causou o vazamento, e apontar medidas de segurança adicionais e
novas tecnologias para evitar que algo do gênero volte a acontecer.
Segundo o porta-voz da Casa Branca, Robert Gibbs, o relatório
"dará forma a toda nossa política sobre perfurações em águas
profundas".
Há um mês, Obama anunciou o fim da proibição a novas explorações
na plataforma atlântica e no leste do Golfo do México.
Em seu comparecimento de hoje, o presidente americano afirmou que
as novas explorações continuam entre seus planos, mas ressaltou que
devem ser feitas de modo "responsável".
"Continuo achando que a produção nacional de petróleo é uma parte
importante de nossa estratégia geral para a segurança energética.
Mas sempre disse que tem que ser feita de modo responsável, pelo bem
de nossos trabalhadores e nosso meio ambiente", afirmou Obama.
A perfuração nas novas áreas faz parte integral do projeto de lei
sobre energia em tramitação no Senado americano e cuja aprovação é
uma das próximas prioridades legislativas da Casa Branca.
Obama e seu Governo intensificaram sua resposta e seus
comparecimentos públicos sobre o acidente para convencer os estados
afetados e a população de que a situação está sob controle.
Com isso, a intenção é evitar que se repitam as críticas feitas à
resposta do Governo do ex-presidente George W. Bush à passagem do
furacão "Katrina" em agosto de 2005.
Gibbs afirmou hoje que "o Governo esteve presente desde o
primeiro momento" com o envio do Serviço de Guarda Costeira e
insistiu que a resposta ocorreu de acordo com a situação.
"Só fomos informados da existência de um segundo vazamento na
quarta-feira à noite", apontou.
Tanto a Casa Branca como os diferentes departamentos de Governo
afirmam que estão "completamente preparados" para fazer frente ao
desastre, declarado como catástrofe nacional, e empregarão "todos os
meios necessários" para combatê-lo.
No entanto, o Governo americano destaca que a responsável em
último caso é a British Petroleum (BP), empresa que detinha a
concessão de uso da plataforma.
Em declarações à imprensa, Gibbs se recusou a dizer se o Governo
dos EUA está satisfeito com o comportamento da BP na crise e se
limitou a ressaltar que o Executivo "supervisionou desde o primeiro
momento" as operações de limpeza e contenção do material derramado.
Em entrevista coletiva concedida em Nova Orleans, a secretária de
Segurança Nacional, Janet Napolitano, e Salazar afirmaram que os
responsáveis pelo ocorrido fato terão que responder na Justiça.
O acidente no Golfo do México começou no último dia 20 após a
explosão e incêndio da plataforma, que após afundar começou a vazar
cerca de cinco mil barris diários de petróleo.
A mancha de petróleo chegou hoje à costa do estado da Louisiana,
onde a maré negra poderia afetar até 400 espécies de animais e
vegetais nas restingas litorâneas, segundo as autoridades. EFE