Madri, 26 mar (EFE).- O Produto Interno Bruto (PIB) espanhol encolherá 1,5% este ano, mas em 2014 iniciará uma recuperação "modesta" com o crescimento de 0,6%, de acordo com as projeções do Banco da Espanha.
Em seu último boletim econômico, a entidade supervisora explica que o retrocesso do PIB em 2013 levará a uma "notável redução" do emprego, de 3,8%, o que implicará um aumento adicional da taxa de desemprego.
Em 2014, será iniciada a criação líquida de postos de trabalho, corrigindo "ligeiramente" o nível de desemprego, que em 2012 alcançava 26,02% da população ativa.
O déficit público ficaria nos dois anos em torno de 6% do PIB, o que evidencia que "a magnitude do ajuste fiscal pendente ainda é significativa", apesar do "intenso" esforço já realizado.
No entanto, a entidade afirma que todas essas projeções devem ser consideradas com cautela, já que existem riscos em baixa pelo "alto grau de incerteza" derivado da situação da zona do euro e dos mercados financeiros, assim como das dificuldades ligadas ao processo de ajuste no qual está imersa a economia espanhola.
Nesse contexto, o Banco da Espanha aponta em 2013 que a demanda nacional cairá para 4,3%, contra 3,9% de 2012, como consequência da aceleração da queda do consumo privado para 3%, devido à marcada fraqueza das rendas trabalhistas.
Além disso, espera que o investimento caia pelo sexto ano consecutivo e o faça em maior medida que em 2012, até 10%.
O investimento empresarial retrocederá uma taxa média de 5%, apesar de a entidade considerar que na segunda metade do ano a queda se poderia moderar, o que em todo caso seria consequência do dinamismo da atividade exportadora.
A respeito do setor exterior, espera que as exportações cresçam 3,8% e que ganhem dois pontos percentuais de fração de mercado, o que se sustenta no processo de busca por parte das empresas espanholas de novos mercados que substituam a perda de demanda interna, unido ao lucro de competitividade graças à moderação salarial.
As importações cairão 4,9%, de acordo com a queda da demanda nacional.
O setor exterior terá mais vigor ao passar do ano e os fluxos comerciais mundiais já estão se recuperando, o que leva o Banco da Espanha a projetar uma alta gradual da atividade econômica até o final do ano.
Já em 2014, espera-se um fortalecimento gradual da economia com taxas positivas desde o início do ano, o que se baseará em uma progressiva melhora dos componentes da demanda privada.
No final do ano, as rendas das famílias parariam de cair e o consumo das famílias voltaria a taxas positivas "embora modestas".
No entanto, o crescimento do conjunto do ano o apresentaria o setor exterior, embora as importações começarão a crescer de novo em linha com o melhor pulso da demanda nacional. EFE