Por Caroline Stauffer e Nicolás Misculin
BUENOS AIRES (Reuters) - Os argentinos começaram a comparecer às urnas, neste domingo, para as eleições primárias que são acompanhadas de perto e irão testar o apetite pela volta do populismo de esquerda da ex-presidente Cristina Kirchner.
Cristina, que foi acusada de corrupção no ano passado, está pleiteando um assento no Senado pela província de Buenos Aires, que reúne quase 40 por cento do eleitorado do país.
Ela disputa o posto contra o ex-Ministro da Educação do presidente Mauricio Macri, amigável ao mercado, e outros candidatos de uma oposição dividida.
Investidores e a camada mais rica de argentinos temem que um retorno de Cristina ao Congresso possa abrir caminho para que ela concorra à presidência em 2019.
Sua volta ao poder poderia significar a interrupção de reformas de Macri e a retomada do aumento de gastos, proteção à indústria e afastamento dos acordos comerciais e mercados de capitais internacionais.
Um assento no Congresso daria à candidata de 64 anos imunidade à prisão, porém não a um julgamento. Ela nega as acusações de corrupção e as atribui a motivação política.
A eleição primária obrigatória realizada neste domingo servirá essencialmente como uma pesquisa detalhada antes do pleito do dia 22 de outubro para um terço do Senado e metade da Câmara de Deputados, à medida que nenhum candidato majoritário está sendo desafiado dentro de seus próprios partidos.
As urnas fecham às 18h no horário local e os primeiros resultados são esperados por volta das 21h.
(Reportagem adicional de Jorge Otaola e Walter Bianchi)