Fernando Mexía.
Los Angeles (EUA), 10 jan (EFE).- O futuro imediato da
informática passa pelos computadores de "bolso", um nicho de mercado
a meio caminho entre o telefone celular e o portátil no qual uma
gama de "tablets", "e-readers" e "netbooks" competem para atrair um
mesmo tipo de consumidor.
Sem novidades revolucionárias em questões de software, as
empresas de tecnologia começaram a buscar um novo produto que reúna
tamanho reduzido e alta funcionalidade, uma luta ainda sem vencedor
travada no campo de batalha da maior feira do setor, a Consumer
Electronics Show (CES), realizada em Las Vegas (Nevada).
Se 2009 foi o ano dos "netbooks", minicomputadores de baixo
custo, lançados para contentar a quem considerava que os portáteis
normais eram sofisticados demais, a mudança de ano constatou que em
2010 vão se popularizar os leitores de livros digitais ou
"e-readers" que, à margem de sua função literária, trazem outras
funcionalidades próprias de um computador para uso diário.
A fronteira entre o computador e o leitor digital ficou
definitivamente tênue na semana passada com o desembarque dos
anunciados "tablets" ou "slates", espécies de lousas com tela tátil
e de dimensões similares a seus primos "netbooks" e "e-readers" que
lembram os antigos PDAs, mas equipados para se transformar em uma
plataforma multimídia de bolso e com acesso à internet.
A primeira a disparar nesta direção foi a Microsoft que revelou
seu "tablet" fabricado pela Hewlett-Packard, um protótipo lançado na
apresentação realizada na quarta-feira passada pelo CEO, Steve
Ballmer, na inauguração desta edição da CES.
Ballmer não entrou em detalhes sobre o dispositivo, embora tenha
mostrado suas 10 polegadas de tela tátil e explicou que contava com
sistema operacional Windows7 e serviria como "e-reader", reprodutor
de vídeo e com acesso à web.
Outras versões de "tablets" exibidas sem data de lançamento no
mercado foram o Ultra do fabricante ICD, e a proposta da Dell,
embora seus dispositivos tenham apontado na direção de uma
ferramenta de conexão à internet mais do que na do conceito exposto
pela Microsoft, o mesmo acontecendo no caso da Sony, que mostrou seu
modelo ao qual qualificou de "visualizador pessoal de internet".
Os analistas do setor acreditam que a Apple vá dissipar a
confusão diante de tantos aparelhos parecidos quando realizar sua
primeira apresentação anual prevista para o próximo dia 26 em San
Francisco.
Tudo indica que a vanguardista empresa californiana, criadora do
Macintosh, do iPhone e do iPod, poderia revelar o que já veio a ser
denominado de "iSlate", um quadro-negro digital sobre o qual não
cessam os rumores e que se espera reúna a funcionalidade do
"e-reader" e dos serviços do "netbook".
Nesse rio revolto de computadores portáteis algumas empresas
exibiram na CES apostas interessantes de sinergia entre os
diferentes formatos em disputa.
Tal é o caso do enTourage edge, um "e-reader" anunciado como o
primeiro "livro dual" por seus criadores por constar de duas telas
simétricas, uma para ler e outra para navegar pela internet e que ao
ser fechado tem o aspecto de um "netbook"; ou o Alex, o "e-reader"
da Spring Designs com sistema operacional Android do Google, que
integra uma minitela para navegar pela web e permite ver vídeo e
escutar música.
A Lenovo, por sua vez, escolheu uma aproximação ao conceito
"tablet" a partir da perspectiva de "netbook", e desenvolveu o
IdeaPad U1 Hybrid um computador do qual se pode retirar a tela para
trabalhar com ela como dispositivo independente, tendo seu próprio
processador e acesso à internet. EFE