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Barroso chama ao otimismo e assegura que a recuperação se acelera na Europa

Publicado 07.09.2010, 09:34
Atualizado 07.09.2010, 10:42

Estrasburgo (França), 7 set (EFE).- O presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, afirmou hoje que a recuperação econômica se acelera na Europa e convidou ao otimismo na abertura do debate sobre o Estado da Nação, no qual fixou o desemprego como a principal preocupação do Executivo comunitário.

"As previsões econômicas na União Europeia (UE) são hoje melhores que há um ano. (...) Europa demonstrou que se manterá de pé", sublinhou Barroso em seu discurso diante do plenário do Parlamento Europeu (PE).

O presidente da comissão fez uma extensa defesa das medidas adotadas pela UE perante a crise e lembrou que "aqueles que predisseram o fracasso da União, se equivocaram".

Em um tom otimista, Barroso destacou que a recuperação econômica se acelera na Europa e que o bloco crescerá acima do previsto neste ano, mas deixou claro que o desemprego está "ainda muito elevado" e que a conjuntura internacional segue representando riscos.

Apesar disso, voltou a defender políticas de austeridade e insistiu que "a consolidação orçamentária é fundamental", uma mensagem que contrasta, por exemplo, com o plano de investimentos anunciado ontem pelos Estados Unidos para fomentar o emprego.

"Sem consolidação não haverá estabilidade, sem estabilidade não haverá crescimento e sem crescimento não haverá emprego", repetiu Barroso, para quem é necessário superar o debate entre consolidação e crescimento.

Mais uma vez, o chefe do Executivo comunitário chamou aos Estados-membros a apostar por "mais Europa" e a coordenar suas políticas, uma mensagem que encontra respaldo na maior parte da Eurocâmara.

Boa parte dos grupos, no entanto, acusou Barroso de não ser o suficientemente firme diante dos Governos e de ser incapaz de frear uma política europeia dirigida pela França e Alemanha.

"Durante tempo demais o senhor esteve fazendo concessões ao eixo franco-alemão que hoje dirige o Conselho", reprovou o líder socialista, Martin Schulz.

A ala centro-esquerda do plenário reclamou dessa suposta falta de firmeza em um dos debates de maior atualidade na Europa, como é o das expulsões de ciganos na França.

Hoje, Barroso se limitou a fazer um chamado para "não voltar a despertar fantasmas do passado" e a lembrar que "o racismo e a xenofobia" não têm lugar na Europa, mas sem referir-se explicitamente ao caso francês.

"Esta Comissão é campeã da Europa das declarações genéricas, mas não é capaz de assinalar com o dedo situações particulares em alguns de seus Estados-membros", criticou o líder dos Verdes, Daniel Cohn-Bendit.

O porta-voz liberal, Guy Verhofstadt, exigiu do Executivo comunitário reação diante da política "inaceitável" defendida pelo presidente francês, Nicolas Sarkozy.

Em geral, as críticas dos grupos políticos à comissão se centraram principalmente nessa suposta fragilidade e em sua forma de atuar, mais do que no fundo de suas ideias.

O debate sobre o Estado da Nação, uma nova tentativa para dar maior relevância à discussão política em Estrasburgo, começou finalmente com um semicírculo quase cheio, depois da polêmica do plano para multar aos eurodeputados que não participassem dos encontros.

As pressões dos parlamentares terminaram por derrubar essa iniciativa, mas o presidente da câmara, Jerzy Buzek, reforçou hoje que seguirão estudando fórmulas para evitar as bancadas praticamente vazias com as quais conviveram em algumas ocasiões Barroso e outros convidados. EFE

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