SÃO PAULO (Reuters) - A colheita de soja em Mato Grosso, principal Estado produtor do país, avançou para 4,1 por cento esta semana, o dobro da semana passada, enquanto em outras regiões os trabalhos estão em fases ainda mais iniciais.
A colheita das lavouras de Mato Grosso havia atingido 2 por cento uma semana atrás e 4,2 por cento em 16 de janeiro de 2014, informou o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea).
A região de Mato Grosso com colheita mais avançada é o oeste, com 8,3 por cento dos trabalhos já realizados.
O Mato Grosso deverá colher um recorde de 27,9 milhões de toneladas de soja na temporada 2014/15, segundo previsão de dezembro do Imea, respondendo por cerca de 30 por cento da safra brasileira.
A produtividade ponderada na área colhida no Estado até o momento é de 53,5 sacas de 60 kg por hectare, disse o Imea.
No entanto, na avaliação de Nery Ribas, diretor técnico da Aprosoja MT, entidade que reúne agricultores de Mato Grosso, as produtividades até o momento têm sido muito variadas.
"Os relatos dos produtores, principalmente dos que estão colhendo agora, no norte e oeste do Estado, é de que 'tem de tudo'", disse Ribas, citando áreas que colheram perto de 25 sacas por hectare e outras que ficaram acima de 50 sacas.
O clima seco das últimas semanas preocupa em relação a muitas áreas que ainda estão em desenvolvimento.
"Ainda não dá para definir potencial de perdas", disse Ribas, ressaltando que, além do clima seco, altas temperaturas podem prejudicar ainda mais as áreas que serão colhidas nas próximas semanas.
No Estado vizinho, Goiás --quarto maior produtor de soja do Brasil-- a colheita está em sua fase mais inicial.
A área já colhida é de menos de 1 por cento, informou a Federação da Agricultura de Goiás (Faeg) nesta sexta.
Segundo a entidade, o plantio que atrasou devido à falta de chuvas em setembro e outubro deverá levar a colheita a intensificar-se apenas na segunda quinzena de fevereiro.
SUL
A colheita no Paraná, segundo maior produtor de soja, já passa de 1 por cento, segundo relatório mais atualizado da Secretaria Estadual de Agricultura. Das áreas ainda não colhidas, 7 por cento estão no último estágio de desenvolvimento, a maturação.
No Rio Grande do Sul, terceiro produtor da oleaginosa, que segue um calendário diferente do resto do país, o plantio está tecnicamente encerrado, restando apenas áreas pontuais na região central. A maior parte das lavouras está na fase de desenvolvimento vegetativo, informou a Emater/RS em relatório semanal.
(Por Gustavo Bonato)