Santiago Aparicio.
Redação Central, 6 jun (EFE).- A conquista da Euro 2004, em
Portugal, serve como principal motivação para a Grécia em sua luta
para tentar realizar uma grande Copa na África do Sul, o segundo
Mundial de sua história.
Apesar de passar longe das listas de favoritos ao título, a
experiência de conquistar a Euro, o segundo torneio de seleções mais
importante do mundo, e a qualidade de seus jogadores fazem da Grécia
um dos adversários mais indigestos na África do Sul.
Sorteados para o grupo B, os gregos traçaram como objetivo o
segundo lugar da chave, atrás apenas da favorita Argentina, o que
lhe garantia nas oitavas de final.
Nigéria e Coreia do Sul, que completam o grupo, também se
candidatam como candidatos à vaga, mas os gregos acreditam que podem
se garantir na segunda colocação.
Apesar dos adversários de peso, o principal problema da Grécia na
fase de grupos será a falta de tradição em Copas do Mundo. A
primeira participação veio somente em 1994, nos Estados Unidos, e a
campanha não foi nem um pouco animadora: três derrotas em três jogos
e nenhum gol marcado.
Depois disso, voltou a ficar de fora dos Mundiais da França, em
1998, da Coreia do Sul e Japão, em 2002, e até da Alemanha, em 2006,
somente dois anos após conquistar a Eurocopa.
Nas mãos do alemão Otto Rehhagel, o mentor do sucesso em
Portugal, os gregos encontraram um lugar entre os grandes. O
técnico, de 71 anos e que assumiu a seleção grega em 2001, se
transformará na Copa no treinador que mais tempo esteve no comando
do país.
Para o primeiro Mundial em continente africano, Rehhagel decidiu
apostar na velha-guarda da Grécia, os heróis do título em Portugal.
Theofanis Gekas, do Hertha Berlim, é o homem gol do time,
marcando 10 gols nas Eliminatórias. O também respeitado Angelos
Charisteas, do Nuremberg, é seu companheiro de ataque, e no sistema
há jogadores como Sotiris Kyrgiakos, do Liverpool.
A principal dúvida está no gol. A primeira opção foi Kostas
Chalkias, do PAOK, que acabou fora do time titular nas últimas
quatro partidas.
Em seu lugar entrou Alexandros Tzorvas, do Panathinaikos, que
esteve em campo até mesmo nas partidas da repescagem europeia contra
a Ucrânia, e que parte como favorito para a posição.
Também podem mostrar seu valor na África do Sul os defensores
Avraam Papadopoulos, Georgios Seitaridis, Christos Patsatzoglou e
Vasilis Torosidis; os meias Georgios Karagounis e Kostas
Katsouranis; e os atacantes Angelos Charisteas, Dimitris Salpigidis,
Georgios Samaras e Theofanis Gekas.
Mesmo sem brilhar nas Eliminatórias, a Grécia mostrou sua força
ao eliminar a Ucrânia na repescagem e registrar uma campanha na fase
de grupos com apenas três empates e duas derrotas em sete partidas.
Pouco para colocar os gregos entre os candidatos ao título na
África do Sul, mas o suficiente para causar preocupação nos gigantes
do futebol mundial. EFE