Paris, 21 fev (EFE).- A França já gastou mais de 10 milhões de
euros para conseguir a libertação de dois jornalistas franceses
sequestrados no fim do ano passado no Afeganistão, disse hoje o
chefe das Forças Armadas do país, Jean-Louis Georgelin.
Em declarações à emissora "Europe 1", o oficial disse que a
revelação da soma deveria ser considerada "um apelo à
responsabilidade de todos" em relação ao risco que os jornalistas
correm no exterior.
"Sem colocar em questão a liberdade de expressão e de imprensa",
Georgelin pediu aos jornalistas que "mostrem responsabilidade e
discernimento".
Em 30 de dezembro do ano passado, dois repórteres da TV estatal
"France 3" foram sequestrados no Vale Kapisa, onde faziam uma
reportagem sobre a reconstrução do Afeganistão.
Há algumas semanas, o presidente francês, Nicolas Sarkozy,
criticou a "imprudência" dos dois jornalistas, que várias vezes
foram advertidos dos riscos de circular pela região.
Georgelin comparou os mais de 10 milhões de euros gastos para
libertar os repórteres com os 870 milhões que a França dedica a suas
missões militares fora do país.
O chefe das Forças Armadas francesas confirmou que os dois
jornalistas sequestrados "estão vivos". Ele lembrou ainda que os
sequestradores divulgaram um vídeo há poucos dias.
"Em operações deste tipo, quanto menos se falar é melhor",
acrescentou. EFE