Paris, 21 jan (EFE).- O Governo francês expressou hoje sua
preocupação pela decisão do presidente venezuelano, Hugo Chávez, de
expropriar os seis hipermercados que a rede franco-colombiana Êxito
tinha na Venezuela.
"A França está preocupada pelas acusações de práticas
especulativas e pelas medidas adotadas contra" os estabelecimentos
das redes Êxito e Cada, ambas pertencentes ao grupo francês Casino,
declarou hoje um porta-voz do Ministério de Exteriores francês.
Esse grupo, acrescentou o porta-voz, emprega 5 mil pessoas e atua
na Venezuela há dez anos.
No país sul-americano, a rede sempre se adaptou ao "arcabouço
legislativo e regulamentar venezuelano", acrescentou.
Por isso, segundo o mesmo porta-voz, a França confia nas
autoridades venezuelanas para que "rapidamente" possam encerrar os
"mal-entendidos" surgidos em relação à empresa francesa.
A reação do Executivo francês ocorre um dia depois de o próprio
Chávez assinar a expropriação dos mercados Êxito.
Segundo o líder venezuelano, os próprios funcionários da rede
revelaram detalhes das irregularidades que eram cometidas nessas
lojas, como utilizar "carne podre" para fazer picadinho, vender
"alimentos vencidos" e "alterar" o preço dos produtos.
Chávez já tinha anunciado a expropriação no domingo passado,
quando argumentou que adotava essa decisão por suposta reincidência
em especulação dos preços.
A rede Êxito "passa a ser da República" e nisso "não há como
voltar atrás", disse Chávez em seu programa dominical de rádio e
televisão "Alô Presidente".
O presidente venezuelano lembrou que a rede foi punida na semana
passada com o fechamento temporário por 24 horas, especificamente
por uma suposta "alteração de preços e especulação" após uma recente
desvalorização da moeda nacional (bolívar) ordenada por Chávez. EFE