Paris, 18 jun (EFE).- A crise supôs a perda de 6,5% do Produto
Interno Bruto (PIB) da economia francesa que, apesar do retorno do
crescimento, não vão ser recuperados, e que supõe além disso um
corte de três pontos de PIB nas contas públicas de cada ano.
Esta é a principal conclusão de um relatório sobre as
consequências a médio e longo prazo da crise, divulgado hoje pelo
Instituto Nacional de Estatística, que calcula como impacto sobre as
finanças públicas um aumento da dívida de entre 20 e 50 pontos do
PIB no horizonte de 2018, caso se mantenham as mesmas políticas de
hoje.
No fim de 2009, a dívida pública francesa tinha subido a 78% do
PIB, e o Governo francês, com as medidas de ajuste divulgadas nas
últimas semanas, espera que toque teto em 2012, com 87,1%, antes de
iniciar uma queda a 86,6% em 2013.
O diretor-geral do INSEE, Jean-Philippe Cotis, ressaltou que é
levado em conta que quando se supera o nível dos 80% do PIB de
dívida se entra em uma zona de risco. A opção é que os poderes
públicos coloquem mãos à obra para diminuí-la.
Cotis ressaltou que da avaliação das crises nos países da OCDE
desde os anos 60, a conclusão para este caso é que a atividade que
deixou de ser produzida durante o período de recessão e
arrefecimento do crescimento "está a priori perdida".
O problema neste tipo de crise, com um alto conteúdo de crise
bancária e imobiliária, é que não houve só uma destruição da
demanda, mas também da oferta, em particular pelo desaparecimento de
empresas que não conseguiram sobreviver.
As três principais vias de perdas de PIB foram a redução da
acumulação de capital (entre 4% e 10%), o aumento do desemprego
(queda da taxa de emprego entre 2% e 8%) e o retrocesso da taxa de
atividade (entre 2% e 6%).
O INSEE apresentará na próxima semana seu relatório trimestral de
conjuntura no qual atualiza sua previsão de evolução da economia
francesa para este ano.
Hoje Cotis se limitou a indicar que "as perspectivas de 2010 se
mantêm muito incertas". EFE