A ferramenta de preço-justo do InvestingPro utiliza até 17 modelos de valuation para identificar o valor intrínseco de uma ação. Assim, investidores de todos os níveis podem usar o resultado como forma de analisar a empresa: iniciantes não precisam se aprofundas mais e recebem não só o valor, mas também a classificação (se está barata ou cara), para então comparar com outros indicadores que desejar ou com o preço-alvo dos analistas; já os mais experientes podem mergulhar em cada modelo utilizado para entender o que leva aquela àquele preço-justo.
Na página inicial do Investing.com, os assinantes do InvestingPro conseguem visualizar as listas de empresas brasileiras mais caras e mais baratas no momento. As mais baratas são aquelas empresas com maior potencial de valorização comparando a cotação atual com o preço-justo, enquant as mais caras são as que possuem um preço-justo abaixo do valor do papel hoje. Se você ainda não é assinante, confira aqui nossa promoção atual para ter acesso à lista das ações mais subvalorizadas e mais supervalorizadas.
Entre as empresas mais baratas do Brasil no momento, vamos destacar uma. A B3 SA - Brasil, Bolsa, Balcão (BVMF:B3SA3) está com +37,5% de upside em seu preço-justo e pode apresentar grande valorização nos próximos 12 meses com base em 15 modelos de valuation utilizados. Vamos entender o porquê.
Condições atuais
Principal player do mercado de capitais no país, a B3 fechou o pregão desta quinta-feira (16) negociada a R$ 10,27. O preço-justo calculado pelo InvestingPro, no entanto, é de R$ 14,12 com grau de incerteza baixo. Vale ressaltar que o mercado também está otimista com o papel, visto que a média do preço-alvo de 14 analistas é de R$ 13,56 -- o que indica uma potencial valorização de +32,0% a médio prazo.
A B3 se originou com a fusão entre a BM&FBovespa e a Cetip em 2017, e tem suas raízes históricas na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), fundada em 1890. Como principal negociante de valores mobiliários no Brasil, seu modelo de negócio envolve a listagem e comercialização de ações, derivativos e outros instrumentos financeiros, bem como serviços de compensação, liquidação e custódia. A empresa também atua na oferta de soluções de tecnologia, dados e índices de mercado.
Atualmente, a ação ordinária da B3 vem em queda: já perdeu -25,2% nos últimos 12 meses. Mas é justamente aí que se dá a oportunidade no preço. Afinal, se a empresa continua sendo um bom investimento do ponto de vista operacional, a baixa na cotação favorece quem pretende comprar mais papéis. A B3SA3 já passou dos R$ 21,00 em seu topo histórico em 2020, o que representa mais que o dobro da cotação de hoje.
Modelos mais otimistas
Entre os modelos de valuation utilizados, o mais otimista com a B3 é o de Fluxo de Caixa Descontado em 5 Anos com Saída pelo Crescimento, que calcula seu preço-justo em R$ 19,85 (ou seja, não muito longe de seu recorde histórico e com +93,3% de potencial de valorização).
O modelo projeta os fluxos de caixa livres da empresa pelos próximos cinco anos e, ao final do período, define o valor adotando uma taxa de crescimento perpétuo (no caso, de 5,8% levando em conta variáveis como crescimento do setor, inflação estimada, potencial de mercado e perspectivas macroeconômicas). Ele busca estimar como a empresa evoluirá ao longo de cinco anos e calcula-se o valor intrínseco baseado em uma taxa de crescimento constante além desse horizonte. Por fim, tanto os fluxos de caixa anuais quanto o valor final são descontados ao valor presente.
Outro modelo bastante otimista com as perspectivas futuras da B3 é o de Fluxo de Caixa Descontado em 10 Anos com Saída pela Receita, que aponta o preço-justo em R$ 17,67 (o que representa um upside de +72,0%).
Ele projeta os fluxos de caixa livres da empresa ao longo de uma década e, ao final do período, estima o valor terminal com base em um múltiplo aplicado à receita prevista no último ano projetado (no caso, é de 10,0x). Assim, os fluxos futuros e o valor de saída baseado na receita são trazidos a um valor presente por meio de uma taxa de desconto adequada (12,8% no cálculo do InvestingPro). Esse modelo é útil quando a receita tem relevância dominante na análise do negócio, especialmente em setores onde as margens operacionais são relativamente estáveis.
Saúde Financeira na média
A nota geral de saúde financeira calculada pelo InvestingPro para a B3 é de 2,71 (C). Ou seja, a empresa se encontra próxima à média (de 2,75) da maioria das outras empresas listadas no Brasil. Porém, entre as cinco categorias consideradas, duas se destacam positivamente.
A categoria de Lucro tem a melhor nota entre as cinco, com 3,85 (B). Claro, o lucro líquido reportado em R$ 1,2 bilhão no 3T24 ajudou bastante nisso. Outras métricas de eficiência operacional também foram importantes: as médias de 5 anos do ROA de 8,9% e do ROIC de 12,2% são exemplos. Já o CROIC (Retorno de Caixa sobre Capital Investido) de 17,7% também é bastante positivo.
A segunda categoria mais bem avaliada é a de Fluxo de Caixa, com nota 3,38 (B). A receita reportada de R$ 2,7 bilhões no 3T24 foi importante para isso, mas não só. A Eficiência dos Ativos de 12,% também ajudou, assim como a Margem do Fluxo de Caixa Operacional de 62,6% e a Margem do Fluxo de Caixa Livre Alavancado de 61,6%. Por fim, a métrica Fluxo de Caixa / Passivo Circulante de 57% mostra que a empresa tem boa capacidade de de suprir as dívidas de curto prazo.
Outros pontos de destaque para a B3 são a recompra de ações recente por parte da administração, aprovando recentemente a recompra de 340 milhões de ações -- o Buyback Yield atual é de 5,6%. Os múltiplos de valuation da empresa também estão atrativos, com P/L de 13,0x e EV/EBITDA de 9,8x. Contando os tempos da antiga BM&F, já são 18 anos seguidos pagando dividendos (com DY atual de 3,2%). E o mercado espera que a empresa continue lucrativa este ano.
O que você acha da B3? A cotação atual é uma boa oportunidade?
OBS: Dados coletados na quinta-feira, 16 de janeiro de 2025