BBAS3: Por que as ações do Banco do Brasil subiram hoje?
Por Fernando Cardoso
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar fechou em baixa ante o real nesta sexta-feira, na esteira das perdas da moeda norte-americana no exterior, e acumulou queda semanal, depois que uma bateria de dados mistos nos Estados Unidos manteve as expectativas de que o Federal Reserve poderá cortar a taxa de juros já em setembro.
O dólar à vista fechou em baixa de 0,34%, a R$5,3994. Na semana, a moeda acumulou queda de 0,64%.
Às 17h14, na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,28%, a R$5,419 na venda.
Os movimentos do real nesta sessão tiveram como pano de fundo a fraqueza da divisa dos EUA nos mercados globais, conforme os agentes financeiros procuraram sinais sobre a trajetória da política monetária do Federal Reserve na divulgação de indicadores econômicos.
Entre os destaques do dia, as vendas no varejo dos EUA desaceleraram seu crescimento em julho, a 0,5%, ante alta de 0,9% no mês anterior, enquanto os preços de importação tiveram uma alta inesperada de 0,4%, após registrarem queda de 0,1% junho.
Apesar dos dados indicarem a possibilidade de estar havendo um maior impacto das tarifas do presidente dos EUA, Donald Trump, sobre a maior economia do mundo, não houve mudanças significativas nas projeções do mercado para as próximas decisões do Fed, o que pressionou o dólar globalmente.
Operadores continuam precificando uma alta chance, a 84%, de o banco central dos EUA reduzir os juros em 0,25 ponto percentual em setembro, segundo dados da LSEG, abaixo dos mais de 90% observados ao longo da semana, mas ainda um patamar bastante elevado.
"Com os mandatos de emprego e estabilidade de preços (do Fed) sob pressão, há risco de que o primeiro corte de juros seja antecipado para setembro", disseram analistas do banco Itaú em relatório divulgado mais cedo.
"A postura mais branda do comitê em momentos anteriores de desaceleração do emprego aponta para um risco relevante de antecipação do ciclo, principalmente caso o desemprego volte a subir nas próximas divulgações", completaram.
O índice do dólar -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas -- caía 0,36%, a 97,833.
A moeda dos EUA também perdia ante pares do real, como o peso mexicano e o peso chileno.
Com isso, o dólar atingiu a mínima do dia ante o real, a R$5,3849 (-0,61%), às 10h08. A máxima da sessão foi de R$5,4076 (-0,19%), alcançada logo após a abertura.
No cenário externo, os mercados globais também estão de olho nos resultados de um encontro presencial entre Trump e o presidente da Rússia, Vladimir Putin, no Estado do Alasca, para discutir a guerra na Ucrânia.
A reunião será a primeira conversa cara a cara dos dois líderes desde que Trump retornou à Casa Branca. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, que não foi convidado para as discussões, e seus aliados europeus temem que Trump possa tentar forçar Kiev a fazer concessões territoriais.
Na cena doméstica, a sexta-feira teve uma agenda vazia, sem novidades sobre o principal ponto de atenção do mercado nacional: o contínuo impasse comercial entre Brasil e EUA.
O governo brasileiro segue em busca de negociar a tarifa de 50% imposta por Washington sobre bens do país, mas não tem tido sucesso em abrir canais de diálogo com as autoridades norte-americanas.
Pela manhã, o Banco Central vendeu 35.000 contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 1º de setembro de 2025.