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Tarcísio como candidato (nome mais relevante da direita)
O mercado tende a precificar com natural aversão uma eventual reeleição de Lula em 2026. No entanto, sob uma lente mais pragmática, a continuidade pode representar previsibilidade, ancoragem institucional e até ajuste fiscal gradual (do jeito que está é impossível continuar). Com um Tarcísio ainda pouco competitivo fora do Sudeste, a eleição está aberta — e o investidor deve considerar que nem todo cenário petista implica em aversão a risco. Pelo contrário, pode haver oportunidade!
Minha Análise
Com a aproximação das eleições presidenciais de 2026, o mercado começa a projetar cenários eleitorais e seus desdobramentos para os ativos brasileiros. O embate mais provável é entre o presidente Lula, buscando reeleição, e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, candidato alinhado ao bolsonarismo. À primeira vista, o mercado tende a preferir Tarcísio — e com razão: sua agenda liberal é, em teoria, mais favorável a reformas e ao controle de gastos. Porém, o cenário político é mais complexo.
Lula continua sendo o político mais carismático do país. E isso importa! Seu capital simbólico junto ao eleitorado, especialmente no Norte e Nordeste, permanece forte. Sua linguagem, sua presença e sua narrativa de inclusão ainda falam diretamente à base que o elegeu em 2002, 2006 e novamente em 2022.
Tarcísio, por outro lado, apesar do bom desempenho técnico em São Paulo, ainda não se consolidou nacionalmente. Sua presença fora do Sudeste é limitada, sua imagem depende fortemente da associação com Jair Bolsonaro — e seu carisma é, no mínimo, questionável. Na ausência de Bolsonaro como candidato direto, parte do eleitorado conservador pode simplesmente não se mobilizar com a mesma intensidade. Isso pode pesar nas urnas!
O que isso significa para os mercados?
A vitória de Lula, caso confirmada, seria uma continuidade — e não uma ruptura. O mercado já precificou boa parte do estilo de governança petista e conhece suas limitações fiscais. Mais do que isso: em um segundo mandato, Lula teria espaço político para fazer ajustes mais duros, sem o peso de uma nova reeleição à frente. O pragmatismo, que marcou seus primeiros governos, pode reaparecer — especialmente se o fiscal continuar sendo um ponto de estresse, como já é hoje.
É importante lembrar que a B3 performou bem durante os dois primeiros mandatos de Lula. De 2003 a 2010, o Ibovespa multiplicou por mais de 5 vezes, impulsionado por crescimento global, commodities e estabilidade institucional. Embora o contexto atual seja diferente, não se pode ignorar o fato de que Lula, quando necessário, sabe dialogar com o mercado.
Além disso, o cenário internacional pode jogar a favor. A eventual continuidade de tarifaços pelo presidente Donald Trump em seu mandato, pode desorganizar o fluxo de capitais globais. Em ciclos assim, emergentes que oferecem liquidez e um mínimo de previsibilidade institucional tendem a se beneficiar. O Brasil entra nesse radar — e a B3, descontada e com bom volume, pode atrair fluxo relevante.
E se Tarcísio vencer?
A vitória de Tarcísio seria amplamente comemorada pelos mercados no curto prazo. Uma nova gestão liberal, potencialmente comprometida com reformas estruturantes (administrativa, tributária fase 2, privatizações), poderia reacender o apetite por Brasil. O céu, nesse cenário, pode ser o limite — mas tudo dependerá da construção de governabilidade. E, como já sabemos, isso exige mais que técnica: exige articulação, discurso e base sólida no Congresso.
Tarcísio ainda precisa provar que é mais do que um gestor eficiente. Precisa mostrar que consegue liderar politicamente.
Conclusão
O investidor deve olhar para 2026 com menos ideologia e mais pragmatismo. Um segundo mandato de Lula não representa, necessariamente, um risco desancorado. Caso venha acompanhado de compromisso com o fiscal e algum nível de responsabilidade macro, pode ser até positivo para a B3 — especialmente num ambiente de realocação global de capital.
Tarcísio é, sim, o candidato preferido do mercado, mas ainda não está garantido eleitoralmente. E sua dependência política de Bolsonaro, aliada à baixa presença no Nordeste, pode ser um limitador importante.
A recomendação
Por ora, é acompanhar os desdobramentos eleitorais com neutralidade estratégica. O ciclo pode surpreender — inclusive para o lado positivo. Enfim, na pior das hipóteses, seriam os últimos quatro anos da esquerda, pois a verdade é que até hoje Lula não emplacou um sucessor de peso para a esquerda!
Bons trades!