PARIS (Reuters) - A petroleira francesa Total (PA:TOTF) deverá ir a julgamento na França por suposta corrupção relacionada a contratos no Irã entre a década de 1990 e o início dos anos 2000, informou o escritório do promotor de Justiça de Paris nesta terça-feira.
A Total aceitou pagar no ano passado 398,2 milhões de dólares para encerrar um processo civil e criminal nos Estados Unidos a respeito do pagamento de proprinas para vencer contratos de petróleo e gás no Irã, no que foi considerada a primeira ação conjunta entre autoridades dos EUA e da França em um grande caso de corrupção.
Naquela época, o promotor de Justiça de Paris recomendou que a Total e seu então presidente-executivo, Christophe de Margerie, fossem levados a julgamento. De Margerie morreu no mês passado em um acidente de avião.
Devido à velocidade do sistema judicial, pode demorar meses ou um ano até o início do julgamento.
Autoridades dos EUA dizem que a Total pagou, entre 1995 e 2005, cerca de 60 milhões de dólares em propina para induzir o membros do governo do Irã a ajudar a companhia a obter direitos de exploração de três campos de petróleo.
Um porta-voz da Total confirmou o recebimento da notificação de julgamento, sem dar mais detalhes.
A Total atua em 13 blocos de exploração no Brasil, incluindo uma parceria com a Petrobras e outras companhias na área de Libra, no pré-sal.
(Por Chine Labbe e Michel Rose)