Washington, 16 fev (EFE).- A General Motors (GM) anunciou nesta quinta-feira que, em 2011, obteve um lucro líquido recorde graças ao crescimento de suas vendas nos Estados Unidos e China, apenas dois anos após a quebra que quase fechou a montadora.
Recém proclamada líder mundial do setor automotivo após a queda da Toyota, a GM obteve um lucro líquido de US$ 7,6 bilhões, 62% maior em relação a 2010 e o melhor resultado de seus 103 anos de história.
Grande parte desta melhora se deveu ao forte aumento nas vendas e aos lucros nos Estados Unidos e em mercados emergentes como a China, que devem continuar crescendo em 2012 e ser base dessa recuperação.
No entanto, o lucro líquido no último trimestre do ano não subiu como se esperava e foi de US$ 500 milhões, devido à queda de vendas na Europa da filial Opel, apesar de a receita total ter aumentado 3% no ano em escala mundial e com a movimentação de US$ 38 bilhões.
A GM, que reduziu seu tamanho após receber ajuda do governo americano, conseguiu rentabilizar melhor sua estrutura produtiva em 2011 oferecendo veículos compactos e de baixo consumo ao mercado americano, além de aumentar sua presença na China, maior mercado do mundo no setor.
As receitas de vendas da GM aumentaram 11% com a arrecadação de US$ 150,3 bilhões e a venda de 9,03 milhões de veículos no mundo todo em 2011, o que fez com que a montadora superasse a japonesa Toyota, que ainda se recupera do impacto do terremoto de março do ano passado no Japão.
"Aumentamos nossa fração de mercado mundial e fizemos investimentos estratégicos em nossas marcas no mundo todo", avaliou nesta quinta-feira Dan Akerson, executivo-chefe da General Motors.
Akerson indicou que a companhia agora tentará aumentar sua oferta de veículos de luxo e crossovers, após a mudança de mentalidade durante a crise econômica que levou a montadora a oferecer mais carros compactos e de baixo consumo.
No entanto, ele observou que neste ano a GM deverá enfrentar uma maior despesa previdenciária com seus trabalhadores, e tentará continuar sua política de investimentos em novos produtos e tecnologias.
O governo americano, que ainda possui 26% da companhia, utilizou os avanços da GM como exemplo da recuperação do setor manufatureiro do país e a saída da crise econômica.
No entanto, em uma conferência com analistas de mercados, a GM reconheceu que em 2012 terá que melhorar seus resultados na Europa e na América Latina, duas regiões onde registrou perdas em 2011 de US$ 747 milhões e US$ 225 milhões, respectivamente.
Os analistas financeiros mostraram a preocupação de que a capacidade de produção na Europa esteja superdimensionada na filial Opel, enquanto a GM indicou que 2012 será importante para a evolução da crise na zona do euro.
Na América Latina, a montadora planeja modernizar a oferta de veículos, com nove novos modelos, para recuperar sua posição frente a fabricantes japoneses e sul-coreanos.
O êxito da GM foi acompanhado pelo fim da grande crise de Detroit, em 2008 e 2009, que quase acabou com o grupo Chrysler - a empresa pediu concordata e agora pertence à Fiat - e pôs a Ford à beira da falência.
A Ford apresentou recentemente um lucro líquido para 2011 de mais de US$ 20 bilhõess, enquanto a Chrysler obteve US$ 183 milhões, seu primeiro resultado positivo desde 1997. EFE