La Paz, 28 dez (EFE).- O Governo de Evo Morales subiu o preço do barril de petróleo produzido na Bolívia de US$ 27 para US$ 59, a fim de incentivar uma maior produção de combustíveis líquidos, informou nesta terça-feira a Câmara Boliviana de Hidrocarbonetos e Energia (CBHE).
Segundo um comunicado da entidade, que agrupa as principais petrolíferas que operam no país, o ministro dos Hidrocarbonetos da Bolívia, Luis Fernando Vincenti, informou que, além do decreto que aumenta os preços dos combustíveis, foi emitida outra norma que eleva o pagamento pela produção do petróleo que vai para as refinarias.
Reconheceu que o preço atual (US$ 27) "não incentiva a produção de petróleo", o que ocasionou uma "declinação" na produção de combustíveis líquidos.
"O preço do petróleo no mercado internacional está em US$ 91. Por isso um dos decretos aprovados reconhece um estímulo que vai chegar a ordem dos US$ 59 para a produção", disse Vincenti, segundo o boletim da CBHE.
Com esta medida, o Executivo espera "incentivar a busca de petróleo" para reduzir custos de importação do combustível, acrescentou a autoridade.
Na semana passada, Morales admitiu que apesar de a Bolívia ter bons resultados na prospecção e exploração de gás, "está mal em petróleo", por isso incentivou as empresas a investirem para aumentar o número de perfurações com esse propósito.
Segundo um relatório oficial, em setembro deste ano, a Bolívia produziu mais de 45 mil barris de hidrocarbonetos líquidos por dia, quantidade que não é suficiente para cobrir o mercado interno.
O Governo Morales surpreendeu no domingo com um decreto que eleva o preço dos principais combustíveis entre 57% e 82%, com o objetivo de dirigir a outras áreas os recursos destinados à subvenção do custo desses produtos e frear seu contrabando.
A Bolívia tem um déficit na produção de diesel e gasóleo, por isso compra o combustível da Venezuela para cobrir ao redor da metade da demanda interna, enquanto em 2008 o país começou a importar gasolina do Chile. EFE