Madri, 16 nov (EFE).- O Governo espanhol reconheceu nesta quarta-feira que não será cumprida a previsão de crescimento da economia em 1,3% este ano, e que em um cenário de incerteza mundial o crescimento deve ser de 0,8%.
O secretário de Estado de Economia, José Manuel Campa, confirmou em entrevista coletiva que a economia espanhola estagnou no terceiro trimestre do ano devido ao ajuste na despesa das administrações públicas e uma contração do investimento no setor da construção. De acordo com o secretário, o crescimento fraco da economia está impedindo a criação de emprego.
O crescimento calculado de 0,8% está em consonância com a previsão da Comissão Europeia, que rebaixou a 0,7% o crescimento econômico para a Espanha em 2011 e 2012, um décimo a menos do previsto para este ano (0,8%) e oito décimos a menos da previsão para o próximo (1,5%).
O secretário de Estado destacou a manutenção do setor externo como pilar do crescimento da economia espanhola, ao apresentar dois pontos percentuais no PIB, comparado com a negativa da demanda nacional.
Ele ressaltou o aumento anual de 8,1% das exportações e uma alta de 0,8% das importações, após a detenção brusca do segundo trimestre. O secretário de Estado afirmou que a economia espanhola registrou um superávit comercial trimestral de 2,63 bilhões.
Já sobre o emprego, Campa afirmou que os dados indicam que as empresas não estão contratando trabalhadores e preferem que os atuais funcionários trabalhem mais horas, o que faz crescer a produtividade por trabalhador em oito décimos.
A Espanha tem quase 5 milhões de desempregados, segundo os números da última enquete de População Ativa, que estipulou em 21,52% a taxa de desempregados, que no caso dos menores de 25 anos supera 45%.
O secretário de Estado de Economia disse que o processo de ajuste de consolidação fiscal desenhado pelo Governo vai na direção adequada, como mostra a menor contribuição negativa da construção e o ajuste do gasto público.
Sobre o objetivo de alcançar 6% do PIB para o fechamento do ano, Campa afirmou que a administração central cumprirá sua parte e que os órgãos autônomos devem assumir suas responsabilidades.
O rebaixamento da previsão de crescimento para este ano pelo Governo acontece a apenas quatro dias das eleições gerais na Espanha. Todas as pesquisas apontam como vencedor o opositor Partido Popular (PP), que poderia superar a maioria absoluta fixada em 176 cadeiras no Parlamento de 350 deputados. EFE